Estrela

A noite cai lenta como um véu lançado sob meu rosto, traz consigo a solidão e as lágrimas que teimam cair por terra, o coração apertado segura já quase sem forças o desejo lânguido de possuí-la.

De repente vejo-me de braços abertos sobre a luz da Lua, lanço-me de joelhos ao encontro do chão, e já sem forças caio por sob a terra.

Essa mesma terra que um dia há de me receber de braços abertos em leito fúnebre hoje me manda levantar, mas estou fraco.

Vejo a Lua, esta agora parece estender-me os braços. Levanto-me!

Uma brisa suave e fria toca meu rosto. Quase posso ouvi-la dizer: “NÃO TE ENTREGUES AGORA! LEVANTA-TE E AGUARDA POR TUA VITÓRIA, POIS PRECISARÁ DE FORÇAS PARA COMEMORAR”.

Então como que de súbito impulso um arrepio percorre todo meu corpo, e consigo enxergar com mais clareza a noite.

Exuberantemente bela a Lua encontra-se rodeada por estrelas e já não mais está só. E no meio dessa noite maravilhosa pude finalmente ver-te.

É bela e brilha com uma intensidade única. Encantadora!

Desde o momento em que a vi, meu coração se encheu de paz. Até então eu me detinha apenas em apreciá-la.

De certo isso não supria as necessidades de meu coração que passou a me pregar peças durante as noites que se seguiam. Por vezes me peguei imaginando como seria tê-la em meus braços ainda que só por uma noite, ou menos.

Quantas foram as noites em que no silêncio de meu leito desejei ardentemente um leve e suave toque em seus lábios. Se é que é dado a um mortal a permissão de apaixonar-se por uma estrela.

Mesmo assim, desobedecendo a todas essas leis mundanas, lanço-me em direção ao céu na busca incessante de tê-la para e faze-la minha...

ESTRELA!