Carta dirigida aos legisladores e demais cidadãos plenamente conscientes da prática da corrupção e roubo do dinheiro público.
Miguel Pereira, 05 de maio de 2009.
Indignos Srs.
É com grande revolta que me dirijo a Vsas.(não merecem o peculiar tratamento de V.xa.) para lembrar-lhes que, diferentemente da vida de nababo levada por todos os senhores em razão do acúmulo de dinheiro indebitamente apropriado, existem cerca de 300 mil nordestinos vivenciando a desgraça decorrente do dilúvio destruidor de suas moradias, mas não de suas dignidades. Esses irmãos flagelados pelo frio, fome, sede e passíveis de fortes epidemias, estão desesperadamente aguardando ajuda de todos nós, seus compatriotas.
Esta é a razão fundamental desta carta, pois tanto este signatário, como todos os seus irmãos brasileiros consideram uma enorme injustiça o fato de os senhores desfrutarem do magnífico estágio econômico, excursionando de avião com familiares e amigos, almoçando e jantando nos melhores restaurantes, frequentando os mais luxuosos hotéis, tudo pago pela sofrida e desamparada população carente, enquanto esta sofre os efeitos danosos de suas desonestidades.
Diante do acima exposto, venho na condição de legítimo cidadão brasileiro, aposentado do INSS (com os proventos defasados), tentar sensibilizar-lhes, embora seja uma utopia, sugerindo-lhes a iniciativa de cada um dos senhores, porventura inseridos no contexto, proceder ao depósito do valor correspondente a 30% da importância surrupiada, em uma das contas bancárias previamente indicadas para fins de recebimento de donativos.
Em caso afirmativo, estarão não somente praticando a solidariedade, como ainda amenizando a enorme dívida que deverão saldar através da poderosa lei do retorno, ou seja, aquela que muitos atribuem à Lei de DEUS, uma vez que no caso dos senhores a lei dos homens tem se mostrada benévola.
Na expectativa de que não deverei surpreender-me com a decisão de Vsas, subscrevo-me com protestos de indignação, indiferença e aversão.