É saudade então.
Como o vento, o silêncio e o sentimento, não posso te alcançar. Algumas coisas escapam entre os dedos e se vão. Elas não têm importância, delas me desfaço, me refaço por inteiro e acompanho sem embaraço o compasso do teu peito. Me perco. Me permito, sonho, acredito, vivo. Não me arrependo. Tantas coisas surgem sem querer e entendo que era inevitável ser assim: o bem-querer do bem-amado deve sobreviver, mesmo à distância.
Os dias às vezes demoram e meu peito parece não agüentar. É saudade então, há de ser, e só pode ser você. Não posso tocar, mas sinto falta do silêncio do beijo, dos narizes; sinto a saudade no peito e a vontade mais gostosa de você e; tenho certeza de que o vento lhe trará pra perto de mim mais uma vez.
E até lá, que mal nenhum te alcance, que você persiga seus sonhos. Que você tenha calma, fé, esperança e não sinta dor. Que teus dias sejam de paz, de poesia, de verbo e de sonho. E que você acredite no nosso samba – pois ele tem razão, ele tem refrão, ele não é mais um em vão – e não tinha como ser diferente, pequena.