Carta de desculpas e a sua resposta
Desculpa este meu jeito sem jeito... De ser... Esta aflição que carrego no peito que transforma todo o meu ser.
- Não há como e nem por que venhas a mim me dizer desse teu querer. Só se for para se desculpar de me ter dado inebriantes momentos de prazer
Desculpa as palavras ditas... Sem sentido, que te fizeram erguer as tuas defesas.
- Aqui só tenho a defender é este belo sentimento que nutro por você!
Desculpa-me este meu estado desolado, perdido em lembranças... E esqueci-me que também sentes.
- As lembranças de você eu as tenho apenas para abreviar as saudades que ao mesmo tempo eu sinto de você.
Perdoa-me amigo por esta magia que se criou entre nós e eu estupidamente quebrei.
- A quebra que deste... Despertou uma nova abertura para o nascimento de um sentimento maior, melhor e mais forte do nosso próprio amor.
Desculpa-me por tentar incendiar o que a água extinguiu para sempre.
- É inevitável a atração em que fogo e água se envolvem no calor das paixões. São como dois imãs de preservação. O incendiar e apagar fazem partes da sinfonia do amor.
Por tentar devolver a luz ao teu olhar já sem vida e fazer-te viver.
- Exatamente aí reside a grande beleza de tua alma e do teu magnânimo ser.
Eu sei que não compete a mim salvar-te, mas eu não consigo ver-te adormecido nos teus pesadelos.
- Fui salvo pelo teu valioso espírito de bem querer, diferente doutros que buscaram acusar-me das minhas inesgotáveis veleidades, a tua firmeza de caráter auxiliou-me a reencontrar um verdadeiro caminho e a aferir os erros meus.
Não consigo ver a dor e a revolta em teus olhos, e ficar serena enquanto tu te deixas abandonar.
- Agora àquela dor e a revolta deram vez a esperança que conforta e o brilho que faltava voltou na hora que pousei e repousei meus olhos junto aos teus.
Desculpa por querer devolver-te a vida... Por não querer permitir que morras, mais uma vez.
- Se agora eu revivo as delícias das carícias eu as devo a você amor da minha vida, luz que ilumina todas as minhas entradas e saídas.
Desculpa-me meu amigo, por este meu egoísmo em querer fazer-te amar, não a mim, mas a ti próprio.
- Foi na descoberta do amor por ti que redescobri o amor próprio e a auto-estima, então mais uma vez sou-lhe grato por devolver-me estas valiosas redescobertas.
Desculpa-me por me intrometer nos teus medos e querer afastá-los de ti, para não te ver sofrer.
- Quando me ensinastes a vencer o medo deste de quebra uma coragem que andava desfalecida e agora se sou assim por dizer, um poeta destemido e valente, devo a ti amada pela tua persistência.
Desculpa-me por me importar contigo. Não te quero perder amigo, pois sem ti perco-me, esmoreço. Perdoa-me amigo, por tudo isto... e por todo o resto...
- Então juntemos os nossos corpos, mentes, corações e as nossas mãos em ofertório ao criador, numa prece sincera aos pés do altar, para que o perdão seja completo, não pelas nossas inúmeras e humanas falhas de amar tanto, mas pela coragem de confessar o tanto quanto gostaríamos ainda mais e melhor de amar. E simplesmente... AMEMOS! AMÉM! Para todo sempre e eternamente.
Dueto: Catarina Camacho & Hildebrando Menezes