Para um certo alguém que amo

Ibiá, 22 de abril de 2009

Querido anjo

Perdoa-me pelas singelas palavras que lhe escrevo, pois nunca dediquei cartas a ninguém! Nunca pensei em tanto romantismo assim até você me aparecer. Um homem discreto, porém detalhista que me desenhava sem me conhecer! Lembro-me bem do nosso primeiro contato, você me chamava de princesa e destacava em minhas singelas letras um talento que eu não tinha ciência. Seus atos e gestos despertaram em mim uma onda de paixão tão imensa e arrebatadora que em pouco tempo me dominou completamente. Um dos poetas mais talentosos e cobiçados desse país, me jurando um amor que nem sei se merecia. Como eu, uma reles mortal, posso ser o motivo do seu sorriso tão encantador! E mesmo com toda essa distância, eu insisto em fechar os meus olhos para sentir o seu perfume. Somente em sonhos posso concretizar tudo aquilo que anseio e foi isso que me motivou a escrever essa carta. Sonhos que transcendem as barreiras de uma realidade cruel. Mesmo assim tento seguir o meu caminho. Ás vezes olho para o céu, parece que todo aquele universo representa o vazio que existe em minha alma. E quando amanhece sou despertada com o seu telefonema, que me saúda um dia lindo me chamando de Morena linda! Ah! Meu anjo como eu sou feliz em saber que significo algo para você! Agora minha vida vale à pena, pois tudo têm sentido com a sua luminosidade! Hoje vejo que essa vontade que eu tenho de você, só pode ser amor! Tudo que sinto é sublime demais para ser somente capricho carnal. Espero que não fique assustado ante minha declaração, eu não poderia guardar esse sentimento dentro de mim, seria desleal de minha parte. Termino esta carta com um poema de Pablo Neruda que certamente expressa muito melhor tudo que sinto:

#É assim que te quero#

É assim que te quero, amor,

assim, amor, é que eu gosto de ti,

tal como te vestes

e como arranjas

os cabelos e como

a tua boca sorri,

ágil como a água

da fonte sobre as pedras puras,

é assim que te quero, amada,

Ao pão não peço que me ensine,

mas antes que não me falte

em cada dia que passa.

Da luz nada sei, nem donde

vem nem para onde vai,

apenas quero que a luz alumie,

e também não peço à noite explicações,

espero-a e envolve-me,

e assim tu pão e luz

e sombra és.

Chegastes à minha vida

com o que trazias,

feita

de luz e pão e sombra, eu te esperava,

e é assim que preciso de ti,

assim que te amo,

e os que amanhã quiserem ouvir

o que não lhes direi, que o leiam aqui

e retrocedam hoje porque é cedo

para tais argumentos.

Amanhã dar-lhes-emos apenas

uma folha da árvore do nosso amor, uma folha

que há-de cair sobre a terra

como se a tivessem produzido os nosso lábios,

como um beijo caído

das nossas alturas invencíveis

para mostrar o fogo e a ternura

de um amor verdadeiro.

#Pablo Neruda#

Mil Beijos meu anjo é de você que eu verdadeiramente amo!

De sua sempre,

Ranyelle Augusta
Enviado por Ranyelle Augusta em 22/04/2009
Reeditado em 22/04/2009
Código do texto: T1553622
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