- carta resposta -
(Por Onofre Ferreira do Prado)
(Reportando a uma carta de adeus)
Prezada Fulana,
Não sei se a sua carta me deixou mais triste, ou se ainda mais surpreso! Só sei dizer, no entanto, que apesar do gosto amargo e da surpresa, senti ainda uma réstia daquele encanto, como um feixe de luz e de esperança.
Lamento que você tenha sido tão determinada, dando fim nessa relação, sem a menor chance de uma conversa prévia. Você continuava sendo aquela mulher que eu tanto queria e amava. Era meu rio e meu mar, meu porto seguro...
Jamais pensei que o meu silêncio pudesse ser interpretado como a causa, para esse desenlace.
O meu silêncio era apenas uma pequena pausa, para organizar a vida no campo pessoal, sem deixar de fazer planos para nós dois. Mas o que posso fazer, se a vida é mesmo assim, se até ela, de repente e sem aviso, um dia vai também fugir de nós?!
Queira-me depois de hoje, pelo menos como amigo.
Com um grande e respeitoso abraço,
(Lembrete: Escrevi este texto com a pretensão de exercitar e estimular o poder criativo da mente)