Você, miragem...

Oiiiiii como vai você? Quanto tempo? Quanto apartamento!!!... O mundo parece uma bola quadriculada, com ranhuras por todos os re_cantos e fissuras. Quanto mais ando, mais percebo a gravidade da distância. Meus passos reversos parecem levar-me para outros planetas. Caminho, desordenadamente, para ver se o tempo passa mais rápido e você possa dar-me sinais vitais de fumaça.

Os meus sentimentos não cabem em minhas palavras; é algo que vai além da escrita, dos versos, dos desejos mais bonitos. É como se me faltasse o ar, o alimento, a água doce que brota de sua boca. Às vezes publico nossas cartas, até sem a sua autorização, para que outros possam desfrutar dos nossos sentimentos, das nossas conversas tão longínquas e tão verdadeiras.

Como as lonjuras não nos permitem trocar olhares, toques, beijos e abraços, resolvi sonhar, sonhar de olhos arregalados, à luz do dia. Imagine você que a vi chegando, uma verdadeira alucinação: o avião desceu, suave como uma gaivota vindo do céu, sem mais nem porquês... Estancou. A porta abriu como se fosse uma cortina. Lá estava você, deslumbrante! Flores azuis estampavam as vestes que cobriam seu corpo, cada degrau que descia, meus olhos desciam junto, era como se cada passada fosse uma pancada em meu coração. O sorriso largo enfeitou seu rosto, que ficou ainda mais bonito.

Fui para o desembarque, coloquei seu nome no peito para que me visse de longe. VOCÊ não veio, você não chegou...

Beijos, beijos, beijos...

Ainda assim, sou seu fã.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 10/05/2006
Reeditado em 06/06/2006
Código do texto: T153618
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