pedro

leva-me a ver o mar. quero abraçá-lo e mergulhar no seu cinzento. ser levada pela sua força brutal. fechar os olhos. sentir o frio. o meu corpo gelado até não sentir mais nada. que seja esse o destino da minha carne. quero lá saber se deixo de respirar. já deixei de o fazer há anos. quero lá saber se não verei mais as cores. já não as vejo. está tudo negro. deixar de ouvir – quero lá saber! que a tua vontade se cumpra porque eu não suporto mais esta prisão. e ris-te aí no teu alto. por que me destes asas se não me deixas voar? olha lá, oh todo-poderoso, estou aqui. entrego-me agora, leva-me! mas não me sacrifiques mais porque eu não sou nenhum cristo. tu não vês, aí na tua montanha, que eu estou sem forças? então o que esperas mais de mim? não tenho nada para te dar. mais nenhum sacrifício. deixa-me descansar. tenho o corpo exausto até ao limite.

lunapensativa
Enviado por lunapensativa em 07/05/2005
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