NO VALE DA VIDA O AMOR PEDE PASSAGEM...
O ser humano, animal de imensa ternura, de segredos indescritíveis impassível na realidade da convivência com os demais, olhar sempre carregado de mistérios vivendo os pecados da vida.
O mundo acolhe as diferentes cores de peles vestindo gente de todas as nacionalidades, aprova as ações nobres esconde as misérias, exalta as almas benquistas na construção dos palácios onde, só as luxurias tem espaços garantidos na distribuição dos bens materiais.
Os discursos na politicagem são virtuosos, excêntricos, puros, tudo aparenta solução, tudo é conto de fada entrando nos lares de todos os povos.
As crianças são amparadas pelos estatutos enfeitados de letras, pelos diretos humanos, pela sociedade, governantes de todas as esferas, os idosos são mencionados nos programas de atendimentos de saúde, tudo balela dos bons políticos, na pratica só existe a fantasia das leis traçadas no papel, basta olhar as cidades infestadas de mendigos, os hospitais com corredores superlotados de doentes sem atendimento.
Falar de direitos é falar dos poderosos habituados a golpear as nações do mundo inteiro, a crucificar os pobres, não importa a cor, o sexo, moradores das ruas, residindo em barracas de papelões ou dependurados nas orlas dos córregos, desempregados, sem saúde, educação feita nas coxas, candidatos a viverem sob o fogo cruzado da fome, do abandono.
O mundo é senhor de todos, propicia as devidas condições para sobrevivência da humanidade, fornece da terra todos os ingredientes para manutenção da vida humana, deixa a critério do homem a administração, a divisão dos insumos, pede apenas, a equidade de sentimentos na continuidade da historia da vida.
Os homens são culpados pelas guerras, pelo acesso crescente dos desempregados, por implantarem as crises no mundo, pela ascendência da violência assolando o seio das famílias, pelo descaso com os excluídos de todos os direitos, por haver tantas pessoas desconfiando de tudo.
No vale da vida, o amor deixou de ser o pão da esperança para as almas de bilhões de seres, passou a ser deixado nos escombros da ilusão, criando um imenso abismo na convivência dos homens, inviabilizando a propagação real das sementes quase invisíveis da felicidade.
A dor de um é a alegria de outro, a morte de criança virou moda, estupros, assassinatos, droga são comuns nas entranhas das comunidades e até as palavras são ofensa nos pequenos acidentes de transito.
A honra é suja por qualquer ato banal, a amizade torna-se causa sem entrecho, restando ao homem à berlinda da incerteza no seu próprio direito de transitar, temendo por sua segurança nas ruas das cidades. O amor precioso existe em todos os corações, só ele, pode transformar os sentimentos egocêntricos tão acesos na alma da humanidade. O amor pede passagem, o deixe entrar em sua vida, ame a existência é curta.
Luiz Gonzaga Bezerra