- Carta de pesar -
(Por Onofre Ferreira do Prado)
Meus caros amigos e primos V e D:
Seria tão confortável para mim, se eu não tivesse um motivo para justificar a demora de escrever e muito menos que não tivesse uma razão para esta missiva. Mas a fatídica notícia do passamento do jovem A, chegou com um impacto desolador, deixando-me mais pobre de palavras, de palavras que fui protelando para evitar maiores emoções.
No dia do evento telefonei para O, pedindo-lhe que me representasse em todos os atos, que transmitisse a vocês e aos demais familiares, o meu profundo sentimento de pesar e de solidariedade.
Daqui, faço um exame, um paralelo sobre a avassaladora dor que se inclina sobre seus corações! Posso compreender como esse pungente golpe tortura o corpo e a alma dos entes queridos, deixando cicatrizes que não se apagam, recordações que não se esquecem. O máximo que se pode fazer é acostumar com a ideia, com o fato que foge do nosso controle, imponderável à luz da razão e da vontade dos homens. Neste momento de reflexão, vemos o quanto a humanidade é tão frágil, tão pequenina diante da efemeridade da vida, da grandeza de Deus, da eternidade da alma!
Por que ele partiu? É um mistério tão sombrio, numa dimensão que só Deus sabe. O que importa, porém, é termos em mente que o jovem A, viveu intensamente, conquistou a amizade de todos que privaram de sua convivência, embora curta na unidade do tempo, mas construída com amor, com generosidade. Ele marcou uma época, um capítulo importante da engenharia, do ensino, como engenheiro, como educador. Ele foi um protagonista da história de nossa terra, um exemplo para todas as gerações. Que ele durma o sono da paz, na casa do Pai! Ficou uma lacuna... Restam-nos a lembrança, a oração, uma rosa de carinho em sua lápide, uma interminável saudade!...Que desse lugar de honra e de angélica paz, que ele possa entender, ou até ajudar-nos a encontrar lenitivo que suavize os sofrimentos e as fraquezas humanas sobre a perda, sobre esse enigmático acontecimento que é ir embora para sempre, provocando em todos nós, um indefinível vazio, uma dor que não tem fim!
Com a amizade perene, do primo e velho amigo,
...Nota: ontem postei esta carta e ontem mesmo a excluí, por se tratar de um tema triste. Entretanto, atendendo solicitação de várias pessoas, hoje a incluí de novo.
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