O QUE HÁ EM TEU CORAÇÃO?
Queria poder te olhar nos olhos e perguntar sem rodeios se és feliz!
Trocaste o verdadeiro amor por ilusões, vislumbraste um falso ouro, triste cobiça, ambição infeliz...
Admito que não te esqueci, mas é apenas um detalhe, uma simples questão de tempo. Ele cura todas as mágoas, sara as feridas, só não apaga as cicatrizes que permanecerão vivas em minh'alma.
Tentei sufocar esse amor, um câncer incurável que provoca dores inomináveis em meu coração. Não consegui, agonizei lentamente, caí muitas vezes e sangrei em lágrimas de puro desgosto.
Dizimei as tuas lembranças, queimei tuas fotografias, exorcizei nossos momentos, joguei fora as tuas roupas... E nada adiantou! Ainda estou algemada, sou presa fácil do teu olhar; o teu cheiro está entranhado em minhas veias, tão vivo em meus lençóis.
Passei por vários e dolorosos estágios: amei-te feito louca, acreditei, estava cega para as verdades do mundo; amei-te feito louca, duvidei, comecei a abrir os olhos para as tuas mentiras; amei-te feito louca, não mais acreditei, quis te mandar embora; amei-te ainda feito louca, enxerguei a verdade, voltei; amei-te desesperadamente, mandei-te embora, não consegui te esquecer, porém desisti de sofrer...
Não ouso fingir que não te amo, mas o meu amor próprio me aconselha a fugir. Fugir das tuas mentiras, da tua sedução, do teu pérfido jogo de (des)amor, das tuas lembranças e da tua falsa paixão.
Busquei, clamei, implorei a cura para esse amor doentio; vivo em uma espécie de transe, triste torpor... E apesar de tudo isso, posso dizer em alto e bom som que já chega, o teu domínio sobre mim acabou, já não te quero mais!