Saia à janela
Dona, preciso de ajuda.
Estenda a mão e puxe-me junto a você.
Não é brincadeira. Preciso de ajuda.
Ser ilha não é brincadeira, não.
Sou ilha, dona.
Ajude-me.
Que poderia esconder-me na Poesia,
De versos briosos rechear minha vida.
Com eles tornar toda a noite em dia
Como se eu encontrasse a metade perdida.
Mas a Poesia é minha fuga.
Os versos, chorosos.
Noite, noite, noite.
E a metade...(?)
Dê-me a mão, dona.
É sério.
Dói, não é brincadeira.
Abra a janela e saia; desabroche, flor bela das mais belas.
Saia na janela, doce brilho de estrela.
Que posso tudo, e nada sem ti...