Socorro! Internacionalizem a Amazônia

O ministro do Meio Ambiente insiste em dizer que não. Ambientalistas, com ajuda de satélites provam que sim. Estão acabando com a floresta amazônica e pouca providência se toma. Indústrias madeireiras, mineradoras, farmacêutica e o agronegócio deitam e rolam com um agravante: tem financiamento do próprio governo.

Não seria hora de pedirmos socorro? Que se internacionalize a Amazônia o quanto antes, pois se a deixarmos por conta do nosso povo, no ano de 2065 (se continuar nesse ritmo), não sobrará um peixe, uma gota de água, uma ave, uma árvore para guardamos na parede de nossa orgulhosa memória. Pior: nem um índio para contar alguma história da floresta que representava 33% do planeta, que tinha 1/5 de toda a água doce do mundo e 30% da flora e fauna.

Muito bonito, poético e patriótico o discurso do senador Cristóvam Buarque ao se defender da internacionalização da Amazônia e que se assim fosse, segundo ele, “que se internacionalize também os poços de petróleos, os grandes museus como o de Louvre na França, e as cidades de Nova York, Roma, Veneza...”

Mas petróleo um dia vai acabar por força da natureza. Se um 11 de Setembro acontecer novamente o corajoso povo americano superará a dor. Se Veneza for engolida pelas águas, os moradores ficarão sabendo com três anos de antecedência, tempo suficiente para qualquer coisa. Se um quadro de 100 milhões de dólares for queimado ou roubado de Louvre, 99% da população não perderá um minuto de sono. Pintura não mata a sede nem a fome.

No entanto, se faltar água potável e oxigênio em conseqüência do desmatamento animalesco dos nossos patrióticos, será que o dinheiro existente na capital financeira do mundo conseguirá comprar no mercado negro?

“A Amazônia é nossa” – Esse é o bordão que estufa o peito de ‘nacionalistas’ que temem perder a tão admirável soberania nacional do Cartão Corporativista. Como piada é um prato cheio. Lembro que há menos de cinco anos circulava pelo Reino Unido (muito unido, por sinal) um adesivo agressivo, mas que mexeu com o brio tupiniquim. “Salve a Amazônia, mate um brasileiro”.

Até a década de 90, estudiosos das Forças Armadas acusavam os ambientalistas de ‘internacionalistas e inimigos da nação’. Os ambientalistas responderam que “inimigos são os que apóiam grandes projetos de desenvolvimento financiados por Bancos internacionais com o aval do governo federal”. São 20 hectares desmatados por minutos, 30 mil por dia e oito milhões por ano. Onde estão os ‘inimigos externos?’

Então, autoridades conscientes de países capitalistas e preocupadas com o meio ambiente, cuidem da Amazônia por nós - esse patrimônio da humanidade que é sinônimo de vida -, antes que façam com que ela desapareça. Coloquem lá 100 mil, 150 mil soldados, enfim, quantos se fizerem necessários para restabelecer a natureza, pois nossas Forças Armadas não têm estrutura para tanto.

Obs: não deixem um brasileiro por perto, com exceção dos índios, claro. Como vocês devem saber, uma laranja estragada no meio de outras faz um estrago! Ou será que escrevi bobagens?