Carta para um eterno amor
Meu querido...
Não sei qual o motivo, mas preciso escrever para entender os sentimentos que me levam a você, como folhas ao sabor do vento...
De repente estou aqui, às vezes estou lá longe, jogada como algo que não tem mais finalidade nem para si mesmo...E sei que eu deixo.
Deixo, sim, porque nunca houve mentiras entre nós, talvez nem mesmo amor de ambas as partes. Por sinal, existe amor de uma parte só? Qual seria o nome correto, paixão, sedução?
Não sei, talvez daqui a alguns anos eu possa saber, quando já tiver meus filhos e netos, numa tarde qualquer numa pracinha, entre gangorras e risadas...
Quando já tiver passado o nosso tempo e o nossos corpos não estejam mais para as loucuras da juventude, mas para a segurança da maturidade.E talvez eu te encontre em alguma feira de livros ou artesanato ou conversando com alguns companheiros de uma vida toda...
Pode haver um bom-dia, um sorriso, um olhar cúmplice que ninguém mais irá entender.Quem sabe, por baixo de tanta seriedade e vivência, nossos corações saltem de susto, como no nosso primeiro beijo...
Mas aí será tarde, muito tarde para nós...
Poderemos nos encontrar ainda nesta vida ou que seja em outra, mas com certeza, o que nos une promoverá um reencontro...
E naquela hora, quando nossos olhos se amarem, não haverá passado, presente, futuro ou qualquer coisa no mundo além de nós!!