Das Esquinas
Amiga,
Antes o que era bom, passou a ser ótimo.
O que era mais ou menos passou a ser muito mais.
E nesses muito mais, as esquinas ficaram superlotadas.
E é claro, fiquei um tanto quanto perdida sem saber que rumo tomar.
Mas, respirei fundo e decidi.
Não há um lugar determinado. Não há determinantes.
Sendo assim, não estou em lugar algum.
Norte? Sul? Leste? Oeste?
Onde meu espírito (um eterno viajante e transportador de sonhos) estiver é onde sempre me encontrará. Será que tem tanta importância a localidade? Não tem. E vou lhe dizer que mesmo que me ausente do presente, ainda assim estarei presente. Confuso mas, totalmente personificado. Minha órbita é sempre inversa.
Você afirma que a melhor invenção é o muro. Bem, será devido a ele que inventaram a escada? Você já caminhou sobre o muro? É deliciosamente arriscado. Já fiz isto inúmeras vezes quando criança. A visão do que é descoberto ou descortinado é sempre conflitante e sempre novidade.
Amar realmente é um vício. O único que causa uma dependência moral, física e irrestrita. E é o único vício que imuniza. Amar é estar livre da solidão.
É por isto que me amo tanto... E amo tanto tantas pessoas... Se bem que, algumas vezes, odeio com a mesma intensidade. Mas este é outro capítulo, já que meu odiar é meramente uma autodefesa. Acabei de me dar conta que tenho um comportamento normal e aceitável pela lei da psicologia. Amor&Ódio são irmãos siameses.
E, deixando de lado as impurezas de todos os sentires, não temos letras ilegíveis.
O que temos é que caminhar muito até encontrar um correio. E aí, voltamos à primeira carta, onde confessamos que somos preguiçosas demais para fazer uma longa caminhada. Mas, não se preocupe, Internet é um vício também. Garanto que encontrarei um laptop por lá. Em qualquer esquina, espero.
Beijos