Carta à Morte

Carta à Morte

Caríssima, leia nesse nobre escrito aquilo pelo qual foi jurado.

E lembre-se, o acordo foi feito e teu generoso preço por mim foi respeitado.

Bem sabemos que jamais poderia deixar que levasse a outra parte, aceitei assim teu justo argumento, mas lhe propus um acordo.

Leva o amor que bate vivo em meu peito, e faz com que a parte de mim se esqueça e se afaste, atira-me na sombra fria do esquecimento, e deixa viva a parte que amo.

Mesmo que a outra parte jamais entenda, e passe a vida como um cão que se alimenta de migalhas, sendo fútil quando pode ser grande, medrosa e covarde ao invés de valente, mesmo assim, e preferível isso que a mera possibilidade de infringir dor maior a esta parte.

Entenda enfim caríssima as palavras de Paulo, pois quem verdadeiramente ama liberta, e de posse disso verdadeiramente compreenda que a distância traz a saudade nunca o esquecimento.

As trevas são minhas amigas, os demônios meus irmãos, anjos os amigos o Universo a evolução.

E Lúcifer o santo anjo que dá forças para vencer enfim a escuridão.

Contudo, não se esqueça.

Estarei de longe velando e vigiando, serei o Sol que dá o animo, e a lua que lhe devolve o brilho.

Até que um dia possa assim retornar, tendo pago teu doloroso preço, podendo então desfazer o que foi feito.

Mas mesmo que nunca chegue este dia, ainda sim, para sempre serei a eterna medida de todas as coisas.

Lembra-te sou um Deus, filho do divino.

N.E.Q.A.L

Nunca esqueça quem ama liberta,

São os versos de um poeta.

dos Santos
Enviado por dos Santos em 25/02/2009
Código do texto: T1456450
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