Em busca da própria estrela
Olá, amiga,
deixarei os beijos habituais de início da carta, para o final.
Tudo pela amizade.
Tudo vale o humor e a preservação.
Neste carnaval tenho feito as tarefas de costume.
Correção de textos; leio algumas notícias, assisto filmes na TV e passo os olhos, rapidamente, nas escolas de samba.
Tudo para espantar o tédio.
Diferentemente de você, não tenho a mínima vontade de caminhar.
Se eu fosse caminhar, obedecendo a minha vontade, seria de uma cadeira à outra. Autorizo você para definir essa vontade nenhuma, de preguiça.
Também assisti uma parte da entrega do Oscar. Diferente dos anos anteriores, a apresentação, não? Mas, sei apenas que o indiano ficará milionário com o Milionário. Gostei da figura dele. Ágil, encapado à moda e ainda por cima, canta. A voz não me deu arrepios, mas gostei da apresentação. Guarde esta observação, porque até o mês que vem já terei esquecido o que vi. Não me serve nem para cultura momentânea.
Como agir diante do imutável? Crie compartimentos.
Eu tenho um monte deles. Uns com chaves, outros com cadeados.
E dependendo do conteúdo, jogo todas as chaves fora.
Seria fuga? Pode ser.
No entanto, garanto a você, que também sou bastante imutável.
Não tenho arrependimentos do que fiz. Tudo o que fiz, o fiz por exigência do acerto.
Logicamente que errei em praticamente todas as tentativas. Chamam isto de crescimento. Ora! Tornar-se gigante não é uma meta? Ainda chego lá.
Basta que o tempo siga normalmente sem encurtar a minha estrada.
Usando de metáfora, eu lhe digo:
Não chore pelo leite derramado... Da próxima vez, não o ferva.
Mas, caso precise fervê-lo, por outro prisma, veja se o desenho formado por ele, não é exatamente uma obra-prima. Costuma ser.
Um beijo, amiga.