Amor,
Hoje, ao acordar, enquanto agradecia por mais um dia iluminado, elevava meu pensamento de entrega e, imaginava um cone de luz, a tomar conta de todas as pessoas que participam de uma forma - direta ou indireta - da minha vida e dos meus sentidos. Depois, interagindo (metafisicamente) com as roseiras cultivadas em meu quintal, simplesmente indaguei:
- Até que ponto o amor é valorizado por nós? Como o percebemos em nossa vida? O que será que faz desabrochar esta bulgaria? Então, dei-me conta, mais uma vez, que alguém cuida de nós enquanto dormimos; basta refletir sobre o sol e a lua, por exemplo. O sol ao se por, fica escondido atrás da lua cuidando para que ela brilhe junto com as estrelas, cada uma com seu ofuscar, destacadamente ou não. Depois de passada a noite, o sol vem com um lindo cenário de beleza, aquecendo e iluminando a vida.
Neste sentido, podemos dizer que uma das coisas mais cativantes do nosso existir é saber que, enquanto dormimos, alguém vela o nosso sono com amor. A exemplo disto, nós sentimos estes mimos quando beijamos, no rosto, nossos filhos enquanto eles dormem. Ajeitamos seus travesseiros, o cobrimos com o edredom em noites chuvosas e frias, depois saímos bem devagar, sem barulho para não contrariá-los durante o sono. Que dinheiro paga uma ternura, um gesto afetivo, a doação materna e /ou fraterna entre pais e filhos?!
Ainda vou além... Quem pode explicar, de modo convincente, que o amor não existe? Entretanto, existe uma dicotomia entre amor e sentimentalismo; o amor para existir basta o ser em sua plenitude. O sentimentalismo persiste naquilo que queremos porque sentimos falta, ausência, ou simplesmente, porque idealizamos no outro a nossa necessidade.
Na realidade, o amor é atraente, inspirador... É o estágio maior que o ser humano pode alcançar, em sua dimensão universal. Honestamente, não creio que quem ama “realmente”, esquece quem ama (em relação a todos os gêneros). A meu ver, é como se existisse uma força natural que transcende nossas emoções, substanciando o espírito a se fazer vivente eterno... E o amor, aparentemente, se faz necessário ser absorvido, partilhado (às vezes apenas pontilhado) no percurso do plano de vida que nos encontramos (quando nos encontramos, de fato). Convenhamos que a ausência de amor, se assimila a um deserto onde o vento só traz areia dispersa... Uma vida sem fonte de águas que lavam, que matam a sede, que alimenta e purifica os ânimos, alivia as dores e os fados do cotidiano.
Por fim, amor não é apenas pra ser entendido (nem precisa), amor é para ser vivido, independente de qualquer contexto (em minha opinião). Pra que me serve o amor “só para mim?!” É preciso expandir o amor que sentimos: na família, no trabalho, na natureza... Enfim, dar sentido a dádiva concedida aos corações através das atitudes com o outro... Com os seres em geral e não ter medo de plantar esta semente no seu interior e na vida de alguém.