Nos conformes do desamor
Calado, retorno ao meu mundo, desacreditado depois de tudo o que foi feito. Não tem mais jeito. Não existe mais confiança. E o pior que restou entre nós dois foi essa falta de esperança, o peso do olhar que condena e não consente. A tristeza que dobra o tempo mal passado e franze as dores no desacostumar do imaginário. Amor de efeito contrário, paisagem obtusa no quadro que não emoldurei.
Desmonto as peças do quebra-cabeça ilusório, cuja condescendência implorava por uma única peça ausente, parte do todo na vaga companhia de pensamentos, que iluminavam a escuridão de tantos dias que, por fim, não aconteceram. Cederam ao conformismo na mesmice que não gera a força, emperrando todas as verves num viver condicionado. Enfim, consumado.