A CARTA QUE NÃO FOI REMETIDA


Imaruí, SC 29 de dezembro de 2008

Por que os sonhos, minha deusa?
Se, só as lembranças ficaram!

Geralmente nesta data, a de fim de ano, nós ficamos envolvidos por um clima de expectativa e de festas, por isso paira no ar e no coração de cada um, uma indizível e blandiciosa euforia, acompanhada, é claro, de muitos projetos e ou desejos novos.

Confesso que também levado por esse sentimento blandicioso de fraternidade, hoje eu pensei em ti e resolvi te escrever esta cartinha, com o único objetivo de te desejar muitas felicidades e muitos sonhos nesse ano novo que se aproxima.

Conhecemos-nos há bem pouco tempo, cronologicamente foi um tempo pequeno, mas emocionalmente, experimentamos todas as delícias eternas de um amor que despontava mansamente em nós, é verdade que o nosso envolvimento foi vivido com toda a intensidade, infelizmente fomos absorvidos pelo redemoinho da efemeridade.

Mas agora, depois de certo tempo, eu acho que o teu amor por mim sucumbiu, porque estava apenas alicerçado nas carências afetivas que te torturavam.

Mas mesmo assim, eu ainda alimento uma pequena esperança de, quem sabe, para o ano novo que se avizinha a gente também se aproxime de uma forma especial, pois acredito que o futuro pode nos reservar verdadeiras surpresas.

Mas também estou inclinado a pensar que, o teu desejo e sonhos estejam totalmente diferenciados dos meus, porque na verdade, se houvesse a intenção de fazer esse sentimento prosperar, ele, por certo, já teria prosperado. Não Achas?

Acredito também que o ser humano, muitas das vezes é confuso com tudo aquilo que está no âmbito emocional, pois geralmente tentamos resolver os nossos problemas existenciais, somente ou através dos impulsos racionais. O que é um grande equívoco, pois os problemas da economia psíquica devem ser resolvidos tão somente pelos impulsos da alma.

Entretanto, eu, sem nenhum constrangimento, te confesso que durante esse período que mantivemos o relacionamento amoroso, sempre fui norteado pelo desejo de me deixar entrelaçar contigo, levado unicamente pelo sentimento de amor que sempre nutri por ti, e que o achava lindo, novo e fascinante.

Devo entender e percebi que no princípio até o teu coração balançou um pouco, mas infelizmente por motivos que ainda não entendi, tu tomaste o caminho da razão e não destes ouvidos ao teu coração.

Eu ainda tenho um sonho, por isso vou perseguir todas as possibilidades que estiverem ao meu alcance, isso, é lógico, se houver receptividade de tua parte, assim eu confesso que estarei sempre disposto a alimentar esse sonho sem as teimosas reflexões.
Feliz ano novo.






 
 
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 07/02/2009
Reeditado em 07/02/2009
Código do texto: T1427113