Esse mundo de desertos…

Meu amor, olha o sol da tarde… Clareia longe, onde os olhos não podem alcançar. Eu... eu continuo escrevendo. Mandam-me cartas e me perguntam quando vou voltar... Eu digo sempre que aqui o tempo é indefinido. Quando o sol clareia meus olhos, me lembro dos seus. Eu... eu continuo pensando em você. Quando olho para essas pessoas tão sozinhas, percebo que não encontraram a essência da vida. De fato, é justo afirmar que desconhecem o amor. Me sinto extremamente satisfeita, pois sei que encontramos o amor. O nosso amor... Parece que eles só se satisfazem com a presença... pois eu digo que a presença é só um detalhe. Quando o amor atinge seu ponto máximo, atinge os limites da eternidade... a presença é constante no espírito, a calma transparece com sinceridade. Estamos... nós dois... certos de que encontramos o nosso amor e sinceridade... e de que nos encontramos de verdade. Volto a dizer que não sei quando vou voltar... aqui no meu coração o tempo é indefinido e meu aprendizado, não sei quando termina. Mas, meu amor, seja paciente... e não canse de zelar pelas nossas coisas, porque eu vou voltar. Anime-se com a noite, não desperdice os seus dias... vive para mim e seja feliz. Porque me encontro com pessoas e sinto que elas têm a sede do deserto, não conhecem a si mesmas nem aos outros. Como sou satisfeita! Alegre-se, meu amor, pois encontramos a vida. E o nosso amor fará o nosso encontro chegar; e será breve, amor... muito breve... pois sinto que minha alma já te conheceu o suficiente e já te ama com a sinceridade pura das coisas puras. Meu amor, peço que volte sempre ao lugar calmo... porque lá você poderá sentir minha força. Não duvidando jamais do meu amor, você já sabe (sempre soube) que voltarei... Porque o amor cessa os tempos indefinidos e outros ainda mais belos virão...