As palavras em lágrimas

A ti...

Difíceis estão os meus dias sem ti! E se uso a palavra em tons de dor, é porque meu paraíso de repente transformou-se em lágrimas só!

Sequer um gesto teu, fui digna de receber, quando meu coração bradou-te uma súplica... Uma ternura no olhar! Em correntezas estão minhas horas... E os restos de nosso amor deslizam entre minhas palavras...

Porém, pulsa, grita, arqueja a poltrona que nos viu entre beijos ardentes em promessas de amor! Esbraseias todo o meu ser... Ainda! Em contradição à minha razão são meus seios que ardem em chamas por ti!

Esse amor que se agita em mim é contra a natureza de uma mulher... Minha existência, em surdina, dessa razão pergunta por teu corpo, envia-te um chamado em ilusões! Atira-se em vibrações nessa noite que chora minha voz sem paz!

Estou em enchentes de dúvidas interiores... Afronto todo meu ser para sentir teu coração bater junto ao meu mais uma vez... Antes da hora final! A alma triste de poeta que habita em mim... Sobrevoa os espinhos das rosas, as muralhas dos presídios dos corações abandonados e ruge sem amparo dessa dor!

As linhas de teu rosto estão cravadas em meu ser... E te desenham nesse momento... Trazendo-me em torrentes as fragrâncias viris de teu corpo... nu! E fervem-me as veias ao lembrar de minha boca entregue a tua... Aspiro teu ar, ansiosa em te amar em uma noite ao menos... Em sonhos!

E em turbilhão de beijos minhas curvas passeiam nas sombras da escuridão lambendo a parede como se fora tua pele! Mas num gesto de terror a palavra escrita em teus olhos na hora da despedida... Ri de mim na noite que não morre!

Meu mundo pende em gemidos... interiores...

... A palavra... ao longe, namora minha dor:” Vai passar!”