Carta A Uma Grande Amiga
Hoje estou aqui despindo minh’alma, para me livrar do ranço do auto preconceito e render homenagem a uma grande amiga.
Eu poderia recorrer ao plágio ou citar grandes autores. Mas prefiro fazer questionamentos que levem a procurar em mim, respostas que me façam compreender porque não consigo declarar em alto e bom tom o quanto você me é querida.
Sim, por quê? Porque é mais fácil dizer “te amo” a um estranho do que a você? Se foi sempre a você, e em você, que busco e encontro a força capaz de me sustentar e me reerguer. Se é sempre você quem ouve na calada da noite de forma compreensiva, os meus maiores segredos. Mesmo não concordando às vezes com o que digo, Porta-se sempre com grande aliada. E o mais irônico é que você permanece assim, amiga e companheira mesmo quando eu te desprotejo! E te relego ao 2º, 3º... 4º plano, ou ainda quando justificada no meu amor ao próximo, esqueço que você existe. Porque me travam a garganta essas três pequenas palavras que digo doce e facilmente a terceiros, quartos e as vezes quintos? E que só em pensar te dizer, Solto um sorriso debochado como se fosse o maior dos absurdos! Mesmo agora, ao render-me ao seu valor. Sinto-me ridícula ao tentar te dizer “o quanto você me é querida”. É minha amiga...
Peço-lhe desculpas, e chego à conclusão de que o maior carinho que posso te fazer. É aqui diante de todos, colocar de lado minha vergonha e o meu orgulho. E dizer docemente que prometo ser gentil contigo e generosa, não mais te desproteger.
Assim quem sabe um dia, eu poderei olhando no espelho de cabeça erguida te dizer: “Eu fiz por merecer! E agora sei que te mereço. Porque, Cinara... eu aprendi a amar você”.
Com amor,