Olê, olê!!!...

BsB, 15 de abril de 2006.

Ó flor!!!... Boa-noite. Como vai você? Eu vou indo, vou para onde os ventos me carregam. A noite está triste, muito escura, muito fria. Os vaga-lumes são as únicas luzes que me mostram o caminho a percorrer. Parecem raios incandescentes no meio da mata, são riscos e rabiscos, que vão escrevendo em perfeita anarquia. A lua não quer brincar comigo, não saiu de casa, acho que perdeu a hora, ficou escondida por detrás dos morros ou quem sabe, de velhos prédios. Os grilos e os jovens sapos, na beira do riacho, orquestram uma música que me faz lembrar de você: “É isso ai”, cantada por Ana Carolina e Seu Jorge.

“Há quem acredite em milagres”. Acho que sou uma dessas pessoas, estou ficando maluco “não sei parar de te olhar”, ainda bem que estamos na páscoa, estou re_nascendo, me transformei em um menino depois dos cinqüenta. E também não é para menos, você me põe no colo, me chama de meu menino, diz que sou um poeta, e ainda confessa: “um dia serei sua flor de verdade”. Sei que não será a fina flor dividida, que me obrigue a brincar de bem-me-quer, mal me quer. Será, sem dúvida, o Amor-perfeito que plantarei nas bordas dos meus novos caminhos. Serei, com certeza, “um vendedor de flores”.

Você pode até duvidar, mas “vou ensinar seus filhos a escolher seus amores”, os primeiros amigos, as primeiras palavras e quem sabe, os primeiros versos! Tudo parece brincadeira, como já disse, sou literalmente um esquizofrênico, saio por aí a dizer que “ninguém reparou na lua”, que São Jorge nunca subiu em um cavalo, que tudo isso é mentira das grossas.

Mas “a vida sempre continua”. Os que se separam continuam vivos, os que morrem, são enterrados para que possam nascer de novo. E como a vida continua, os seus seios haverão de alimentar outras vidas para que a história de nossas cartas seja contada de todas as formas possíveis. Pouco me importa que digam que um dia eu chorei, ou que digam que fui apenas e tão somente apenas, um eterno sonhador que nas horas mais difíceis repetia aos berros: olê, olê, olá, o mundo não vai acabar!!!...

“Os passos vão pelas ruas”, assim como suas mãos vão por todo o meu corpo, mesmo sabendo que estamos tão distantes e tão perto. Nossos corpos caminham outros rumos, outras ladeiras... algumas cheias de buracos e pedras soltas. Nada “como a gente achou que ia ser”.

“A vida tão simples é boa”. Eu queria que fosse verdade, que o amor fosse algo mais simples, que o vaga-lume não precisasse acender e apagar sua lanterna nas noites frias, eu queria não precisar parar de olhar... “Há quem cometa maldades”.

Beijos, Beijos, Beijos...

Pedro, seu fã.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 15/04/2006
Reeditado em 15/04/2006
Código do texto: T139549
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