Despedida

Sim, ainda o amo. Mas precisamos dizer adeus agora. E você sabe que nunca voltará a ser igual.

O que houve conosco? Sempre fomos tão sinceros. E dessa sinceridade parece ter nascido um ressentimento incurável.

Estamos juntos, querido, e está como uma marca em meu coração, que, como um fogo, queima.

Não posso mais permanecer ao seu lado, não posso viver um amor unilateral. Não é mais possível fingir que acredito quando diz me amar, me adorar, ou que simplesmente gostar de mim.

Não.

Você selou isso já há tanto. Determinou o fim desta história quando começou a me magoar. Quando constatou essa dor em meu coração e como quem não vê, não quis mudar, não quis tentar mudar...

E despeço-me agora. Mas não porque tive uma ilusão. Eu o admiro, ainda é tudo que eu disse olhando em seus olhos.

Contudo... Cansei de ficar tentando colar esse cristal quebrado, porque sempre fica faltando uma parte.

Você diz que não quer me perder, mas me deixa perder de você. E o que mais dói é vê-lo se afastar sem nenhuma saudade. Sem remorso. E depois voltar como um bálsamo, me oferecendo migalhas.

Não quero mais migalhas, meu amor. Sinto que seja assim, e espero que não sofra.

Porém, agora, preciso dizer adeus. E com você vai uma parte de minha alma. Tudo bem... Será melhor para nós dois.

Aislin

Gisele de Andrade
Enviado por Gisele de Andrade em 17/01/2009
Reeditado em 06/06/2009
Código do texto: T1389902
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