Asas de pomba
Enquanto o sol desmanchava o ar sólido e frio do ar condicionado, a pompa se aproveitava das gotas brilhantes que ao chão formavam a poça d' água, perante meus olhos turvos e grosseiros no deslumbre da imensa paisagem, fungindo com suas asas velozes e seus olhos vermelhos a pomba se misturava a uma ninhada de outras amigas, desenhando a cor dos prédios onde esqueçemos de pisar e dizer adeus,
talvez este momento me fez lembrar a respeito de como é puro ser livre e deserto. Não procurei tanto para encontrar vc, mas mesmo assim te perdi, não tive olhos quando vc me sorriu, não fui o suficiente quando brincou comigo e meu amor não dormiu por acaso, ele talvez estava procurando ou estava deixando de ser asas de pomba, meus prédios estão sujos meu telhado incoberto e o ar desligado. Mas a imagem da pomba não sai de seu ombro, bebendo a água de meus olhos.