Carta ao Ego
Como me deixei ficar tanto tempo ao seu lado? De onde veio essa vontade de estar sempre com você, mesmo que me sentindo tão mal? Por que não consigo simplesmente te deixar para trás?
São essas perguntas que tento responder todos os dias, deis de quando comecei a me relacionar com Ela. O começo foi como uma simples oportunidade de ter uma parceira que me agradasse e que estivesse ao meu alcance, mas isso foi tomando proporções incontroláveis para o meu coração jovem e imaturo. A situação chegou ao ponto da obsessão, onde me parecia que Ela seria minha parceira perfeita, sendo que estava muito longe do que eu realmente queria. Não posso questionar a mim mesmo a mulher que realmente quero, nem muitas outras coisas que quero, pois minha mente é confusa e na consciência disso me falta coragem para explorar os labirintos que abriga minha alma. Mas não perdendo o fio da miada, vos digo que Ela me tornou uma criatura ridícula e privada de amor próprio, onde, fazendo atos infantis e mesquinhos me tornei meu maior desprezo.
Espero um dia dizer que amo quem me faz bem e não quem quero amar simplesmente por medo de não existir outras a quem amar. Espero um dia dizer que Ela, que me traiu psíquica e fisicamente, nada me importa. E que sempre existiram incontáveis Elas para que uma seja a minha e que eu seja Dela e que isso seja o suficiente.
Em quanto luto para chegar no meu éden, me vejo em lamúrias que resultam em minha ruína, onde não encontro forças para reconstruir os edifícios de minha alma para que possam abrigar um amor puro e sem remorsos.
No tempo em que Ela encontrar o amor, tão doentio quanto o meu, em mim. Ou eu encontrar o amor, tão doentio quanto o meu, em mim mesmo. Estarei feliz e torná-la-ei feliz como deve ser.