2009

O ano novo traz a mim um peito repleto de esperança, renovada pela quebra de tradição natalina. Ao sabor do vento, os olhos chegam ao céu acompanhando as mais diversas cores que explodem e beiram o limiar dos sonhos – dos desejos e da pureza do coração.

Esperança, desejo, mudança – palavras repletas de significado que ao sabor do vento mitificam a noite do Ano Novo. É tempo de se permitir, de inovar e de sonhar mais alto. De pensar no futuro e trabalhar o presente - se conformar com o que o Destino nos reserva é um pensamento distante de nossas virtudes, dos nossos relógios que se apressam a dourar a noite numa contagem alucinada que reflete o palpitar dos corações.

Sorrisos, olhos brilhando – o pensamento voa longe. Vai pra junto de quem não os acompanha. E é verdade então - entre tantos casais, alegrias refletidas em tantos umbrais, sorrisos almejados entre os lábios tais, palavras distorcidas pela distância, silêncio apertando onde há saudade.

Um mar de esperanças, de águas salgadas – até onde o mar alcança, de onde a vista vem.

Penso em me destacar – entre os rostos nas estantes, entre as multidões das capitais, entre teus pensamentos e entremear nos sonhos. Em ser mais. Em lutar - pelo bom, pelo justo, pelo melhor do mundo. Pelo melhor de mim, de nós dois, para nós dois. Lutar por paz - o antagonismo crescente que envolve esta vontade de ser e estar.

O que as palavras poderiam erroneamente descrever não se lê em canto algum – nem nas ruas ou nas catedrais, nos mares ou no asfalto.

Não tenho respostas, não tenho palavras, planos vagos pro futuro me acompanham, a incerteza já não é Sancho, já não sou Quixote – meus moinhos de vento não são dragões, minhas alucinações mais sinceras são reais: tenho o que preciso, o que almejei, o que desejei, tenho você.

Se peco em palavras, confesso que há um abismo entre o sentir e o dizer. Se peco em querer, existe vontade que se expande e domina todo o meu ser. Se peco em te amar assim, ame o pecador também, me tenha ao lado e não vejamos estas luzes que se apagaram atrás de nós quando a noite fez calar os artifícios da ilusão. Tenhamos brilhos nos olhos e mais esperança no coração – mais cadência nos passos e abraços, não, nunca mais solidão. Que seja sempre aprendiz do tempo, ao sabor do vento que traz notícias boas para nós – que te traz pra perto de mim em memória, em sorriso e em paz no coração.

Que a esperança não se apague no céu, mas se acenda como chama e que acompanhe as nossas preces e nossa luta, que não desista do teu desejo e que de mãos dadas possamos ver um novo céu se pondo no horizonte, onde o sorriso seja espelho, seja sincero e puro, seja recíproco e haja paz.

Um pouco mais de nós, onde as medidas não alcancem. Como se mensura o céu ou o infinito? Como se alcança a estrela mais alta? Como eu posso pôr em medidas aquilo que sinto?

Não sei, mas te desejo paz, como a melhor promessa e acalanto de amor que ostento no peito. Te desejo felicidade, porque é impossível não te querer sorrindo assim. Desejo muito mais de nós dois, se não tive ao lado durante os fogos do céu, quero brilho nos teus olhos e explosões de sensações diversas nos nossos corações. Quero esperança e luta pra nós dois, te acompanhar, admirar e respeitar. Querer bem, como não haveria de ser diferente.

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 06/01/2009
Código do texto: T1369795