ADEUS, MEU IPÊ!

Hoje de manhãzinha eu estive lá.

Tudo parecia meio diferente, havia alguns resquícios das flores de antes e alguns pios dos pássaros de sempre.

O sol ainda era tímido e o ar muito fresco. Algumas borboletas sobrevoavam a mata.

Passei por um sabiá em meio a mesma pista de cooper, que sequer se mexeu..Estranhei.

Apenas me olhou, como quem me conhecia, parecendo querer me contar algo novo.

Quando entrei pela pista rutilante de terra vermelha, naquele mesmo bosque fechado de sempre, percebi seu chão salpicado pelas flores dos últimos ipês da estação.

Foi então que entendi que findava-se mais uma primavera.

Alí, a natureza mãe e sábia, ensinava-me que a vida é um eterno reciclar...de cores e de esperanças.

Caminhei lentamente e com todo cuidado entre as flores do ainda viçoso tapete amarelo, porque já aprendi que mesmo na reciclagem das estações, não podemos pisotear as lembranças.

Adeus, meu ipê!

Quem sabe estaremos juntos na próxima primavera.