A lua te traz, o sol te leva...

Quando ele resolveu aparecer, eu andava descrente do destino. Em desatino e desatento para todos os olhares que me cercavam. E você veio.

Veio com a sutileza das palavras, dos versos, e das não frases feitas, que me devoraram naquela noite sem que precisasse de qualquer beijo para sentir o quanto de afinidade existia (existe) .

O teu cavalheirismo, paciência, preocupação me encantam. Quanto tempo eu não sabia do que isso se tratava, e você com o seu modo todo “Proustiano” me surgiu intenso, descomedido em me mostrar que queria mais. E tem me feito aprender a querer também.

Não tardavas a entender a minha demora, e com cautela atendes as minhas preces, por mais inquieto que permaneças. Sei, ninguém poderá dizer de nós, nem nós mesmo entendemos dessa relação, só sei que aprendo, busco, descubro, compartilho e me refaço.

Diante desse coração todo confuso, cheio de mal entendidos, de esperanças e falhas, sempre te comunico as minhas verdades, por saber das tuas, por não querer machucar, nem ser machucada novamente, como todos aqueles precipícios no qual desde o inicio me debrucei. De corpo e alma, com mais alma do que corpo me entregava para fazer valer a pena. E lá estava, toda desfigurada com o coração na mão.

Quero a sensatez de volta, para que não delire tão fácil e nem saia de mim. Quero almejar pela tua companhia, sem que de dia pense uma coisa e de noite queira outra. Quero ser constante e intensa também, partilhar contigo essa satisfação em poder te ter aqui, porque eu sei, você vale a pena.

Mas, é durante a noite, quando a Lua já tem tomado o seu lugar, que a minha vontade te busca para querer estar perto e meu pensamento sossegado fica por encontrar teu lugar em mim.

É que a Lua te traz, e o sol te leva em partes...