Você disse era possível...que dava pra ser feliz!

Você me disse que era possível...

Você me disse que dava pra ser feliz...

Você me disse que além da TPM, ainda teríamos uma semana difícil; pegue na minha mão, meu bem. Eu ainda estou aqui. E estou porque os dias passam, e muito além deste tempo, há, a nossa espera, um outro tempo. O nosso tempo.

Mais cedo, reli os e-mails que trocamos. Você disse que tinha saudade de mim.

Você disse que tinha saudade da minha pele, que eu era linda e cheirosa. Você me disse.

Você disse que se alimentava de mim, que bebia da minha juventude, que meus olhos eram o seu farol.

Você disse que me adorava, que eu a fascinava. Olha pra mim, meu bem, eu sou aquela menina de blusa preta transparente que se revelou tão impetuosa ao, ainda que de longe, determinar quem é que mandava. Você me disse que eu é que mandava.

Eu acreditei, meu amor. Não me diga agora que é mentira. Vai ser cruel desacreditar nas suas verdades...

Eu acreditei quando você me disse que o trono é meu; que eu sou sua princesa. E eu disse que você era a minha rainha.

Eu acreditei nos nossos planos... nos nossos sonhos! Nós sonhamos. E eu acreditei.

Acreditei quando me disse que eu a fazia feliz. Eu acreditei na felicidade que você me prometeu. Eu acreditei no seu sorriso. Eu acreditei nos seus olhos. Nos seus pés, naquele dia em que era só o que podíamos... E por tudo isso é que começamos a ver futuro. E fizemos promessas “pra vida inteira”. E planejamos um lugar só nosso, de encontros. E planejamos concursos, e planejamos o “pra sempre”, todo nosso, só nosso.

Você me disse que participaria das minhas vitórias, e que caminharia comigo. Você me disse que me levaria pra fazer a prova do concurso. Você me disse que me levaria pra provar a Pizza Hut, e os Donuts... porque o nosso amor é amor de coisas pequenas, banais.

Olha pra mim, outra vez! Eu sou aquela mulher de pijama preto, de cabelos displicentemente presos, que preparou o nosso café depois de uma noite inteira de amor.

Você me disse que nunca mais queria dormir...e simplesmente agora fecha os olhos pra tudo o que foi nosso!

Eu acreditei. Acreditei que gostava do meu jeito de escrever e nos delatar, porque era, assim como eu, insuportavelmente passional. Deixa-me sentir, mais uma vez, essa paixão vazando pelos seus poros... porque tudo isso nos faz feliz. Eu acredito ainda!

Acredito porque quando estamos juntas, não há mundo lá fora. Porque nos queremos e nos bastamos. Perdemos a hora!!! Porque você me disse que eu era a sua menina e que cuidaria de mim. E para sempre, meu bem maior, eu vou cuidar de você.

Você me disse, ainda agorinha, antes de ontem, que sou tudo o que precisa e quer. E que tinha planos para nós. Você disse! Você disse que todas as circunstâncias desfavoráveis seriam compensadas. E um beijo seu, meu amor, é o bastante pra fazer valer a pena. Um beijo seu, um olhar seu, são a minha recompensa. A minha vida toda me diz que foi só pra eu chegar até aqui. Até você. Nós reconhecemos isso uma na outra... eu não posso agora começar a questionar. Não consigo!

Porque você me confessou, meu amor, que me amava. Disse que sentia isso e que pela primeira vez tinha certezas a nosso respeito.

Nós tomamos café juntas, almoçamos juntas, dormimos juntas. Nós compartilhamos o cotidiano, em fragmentos, mas dividimos momentos cúmplices. E agora eu me vejo obrigada a me esvaziar de tudo, vejo-me obrigada a me convencer de que tudo foi uma grande mentira. Uma ilusão, uma fantasia! Blefe de jogador profissional!

Das tantas mentiras que nos contam, eu preferi acreditar que desta vez seria uma verdade; porque você me disse que eu acertei; que você acertou! Desta vez, nós acertamos.

Você me disse. Eu acreditei.

Você disse que me ama! Lembra-se?

E eu amo você, meu bem. Eu amo você! O amor não obedece a convenções e não se prende ao tempo. Ele acontece de formas ainda desconhecidas, e as descobre quem tem coragem para.

Eu amo você... deixa esse amor ser a nossa verdade. A nossa única verdade.