Outra, para você
Há sempre uma pergunta sem resposta.
Onde está a saída para uma alma tão plena?
Por que se esconder entre as brumas se há
tanta luz na existência?
Não permita que a lágrima suplante o sorriso.
Sei que tem dentro de si um dicionário
poliglota de feitos. Perfeitos. Em cada um
há uma verdade, uma vivência, uma permanência.
Ei! a vida é isto. Nem mais nem menos.
Há corredores torpes, avenidas claras,
alamedas vagas. Há nevoeiro e há imensidão.
Há sóis. Muitos sóis apesar da inundação.
Há portas, janelas, frestas.
Se não há uma mão inteira, aberta, humana
com certeza há uma unha. Uma apenas.
Que servirá tanto para fazer cócegas
como para riscar o limite.
E como temos limites. Não existissem,
garanto a você que seria alada.
Literalmente alada. E haja céus para
tanta sede de vida. Sei que também é assim.
Então, rasgue essa couraça!
Rompa essa mordaça!
E chore os risos doídos
Ria as lágrimas doces
Acorde, agora,
porque o ontem não existe mais.
E como você faz falta no meu já
e com certeza, no agora de muita gente.
Aguardo por você.