Volta.
Mais uma vez eu chego, abro a porta, retiro os meus sapatos e sigo casa adentro.
À minha espera somente a solidão.
Cama vazia, lençóis frios, tudo é falta.
Quem sabe um banho quente me anime a alma.
Quem sabe, após, uma taça de vinho ao som dos Engenheiros do Hawaii – Piano bar – eh! Quem sabe...
Certo mesmo é que o estar só me incomoda e me deixa triste.
Banho tomado...
A música segue...
O vinho de outrora era regado a beijos e se dividia no tocar dos lábios.
A música fugia aos ouvidos e o banho quente não retirava o tão desejado arrepio da pele.
Os lençóis se amarrotavam e se curvavam às necessidades dos nossos corpos.
E o que falar dos nossos corpos, nossa mistura perfeita, suor, vinho e febre, mãos e pernas, bocas e suspiros, vontade na carne nua e a alma vestida de amor.
E o que falar do teu corpo, perfeito, pele mulata, seios gostosos e curvas perigosas.
E o que falar dos teus olhos, simplesmente salientes.
E o que falar da tua boca e o teu beijo?
E o que falar do teu cheiro?
E o que fazer nesta solidão senão esperar você voltar.