Volta.

Mais uma vez eu chego, abro a porta, retiro os meus sapatos e sigo casa adentro.

À minha espera somente a solidão.

Cama vazia, lençóis frios, tudo é falta.

Quem sabe um banho quente me anime a alma.

Quem sabe, após, uma taça de vinho ao som dos Engenheiros do Hawaii – Piano bar – eh! Quem sabe...

Certo mesmo é que o estar só me incomoda e me deixa triste.

Banho tomado...

A música segue...

O vinho de outrora era regado a beijos e se dividia no tocar dos lábios.

A música fugia aos ouvidos e o banho quente não retirava o tão desejado arrepio da pele.

Os lençóis se amarrotavam e se curvavam às necessidades dos nossos corpos.

E o que falar dos nossos corpos, nossa mistura perfeita, suor, vinho e febre, mãos e pernas, bocas e suspiros, vontade na carne nua e a alma vestida de amor.

E o que falar do teu corpo, perfeito, pele mulata, seios gostosos e curvas perigosas.

E o que falar dos teus olhos, simplesmente salientes.

E o que falar da tua boca e o teu beijo?

E o que falar do teu cheiro?

E o que fazer nesta solidão senão esperar você voltar.

Rogério Nolêto
Enviado por Rogério Nolêto em 16/11/2008
Reeditado em 18/11/2008
Código do texto: T1286252
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