OLHE NOS MEUS OLHOS

Olhe nos meus olhos.

Tente não olhar.

Impossível, não é?

Isso porque nossas vontades já se tateiam, se buscam e se descobrem calma e lentamente, como a brisa que ressona junto aos suspiros da madrugada.

Isso porque nossos lábios murmuram na ânsia tardia de um beijo que não se dá nem se recebe, mas que se sente o gosto e a maciez entre as suaves mordidas da Imaginação.

Isso porque os nossos desejos clamam nos delírios avassaladores dos nossos corpos, que sofrem as dores das poesias e das paginas viradas pelo tempo passado, o qual nos impelem as novas e brancas páginas onde escreveremos o gozo de uma paixão.

Por isso, olhe nos meus olhos.

Por isso, tente não olhar.

Rogério Nolêto
Enviado por Rogério Nolêto em 13/11/2008
Reeditado em 13/11/2008
Código do texto: T1280633
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