OLHE NOS MEUS OLHOS
Olhe nos meus olhos.
Tente não olhar.
Impossível, não é?
Isso porque nossas vontades já se tateiam, se buscam e se descobrem calma e lentamente, como a brisa que ressona junto aos suspiros da madrugada.
Isso porque nossos lábios murmuram na ânsia tardia de um beijo que não se dá nem se recebe, mas que se sente o gosto e a maciez entre as suaves mordidas da Imaginação.
Isso porque os nossos desejos clamam nos delírios avassaladores dos nossos corpos, que sofrem as dores das poesias e das paginas viradas pelo tempo passado, o qual nos impelem as novas e brancas páginas onde escreveremos o gozo de uma paixão.
Por isso, olhe nos meus olhos.
Por isso, tente não olhar.