CARÍSSIMA EDITORA
Indicada por uma amiga, escrevo-lhe para conversarmos sobre a possibilidade de sua editora editar um livro meu. Antes quero que me conheça. Desde criança sonhei em ser escritora. Ainda no grupo escolar fazia dos meus cadernos de redação um livro. Todas as composições eram ilustradas e, felizmente, tirava nota máxima em todas. Isso faz muito tempo, mas conservava até alguns meses um caderno que foi roubado por um filho. Na adolescência escrevi um conto, a revista Alterosa, certa de que seria publicado. Fiquei frustadíssima!! Sempre gostei de escrever, quase por compulsão. Adoro colocar as emoções para fora e vê-las registradas em forma de palavra. É mesmo uma catarse. Para mim é uma maneira segura de autoconhecimento. Os sentimentos saem com muita espontaneidade, sem retoques ou mentiras. Este suposto livro que lhe envio é o resultado de cinco anos de análise. Cada texto é um pedaço de mim, do meu eu. As ilustrações, também, são minhas. Leio e releio tudo que escrevi e revivo todas as emoções vividas. Não imagina como isso é bom.
Disse-lhe que meu sonho era ser escritora. Agora que já vivi a personagem através da escrita, o título já não mais me seduz. Gostaria de publicar meu livro para que o maior número de pessoas possível vivesse comigo não as minhas emoções, mas a emoção de cada um, vivenciada através do recado que desejo passar. Já me disseram que publicar um livro é como ter um filho. Acredito nisso. Em cada palavra, em cada emoção, vai muito carinho e o desejo de fazer um livro perfeito, bonito, para enfeitar a vida de todos. Pelo que escrevo penso não atingir uma determinada faixa etária. A minha linguagem, como verá, é simples, e chegará ao coração de todos. Ficarei aguardando, se vale ou não a pena, investir nessa produção.
Com meus agradecimentos despeço-me.
Eneida