Minha Perola Negra
Victor Hugo é minha querida perola negra.
Ganhei meu neto negro e fiz a festa com a sua chegada. O nascimento sacramentou a chegada do Victor Hugo, dando-me a bem aventurança de ser sua avó não só de fato, mas também de direito e isso me faz muito bem.
Entendo que, com seu meio ano de vida, o Victor Hugo ainda não me compreende, mas espero que seus pais, Guedes e Iohanna, guardem este texto para que um dia ele o leia como minha carta de amor.
Da mistura das raças veio Victor Hugo e outros descendentes desta família cheia de miscigenação. Do chão da África, Deus construiu um jardim e a partir dos seus ancestrais, as nações se formaram. Seus antiqüíssimos trisavôs garantiram a preservação de nossa espécie; sem a obstinada determinação dos negros de não sucumbirem à rapinagem e desprezo colonialista, não se sabe o que seria da humanidade.
A negritude de Victor Hugo e de seu pai Guedes é celebrada por mim. Infelizmente, a cor preta tem sido associada a coisas ruins. Ensinaram que os bandidos usam chapéu tinto; a ovelha que envergonha o rebanho é sempre a mourisca. Quando chegaram os pálidos missionários no Brasil, foi ensinado que o pecado tem a cor do escravo. Deve ser por isso que em português, "denegrir” é sempre usado para detratar. Tornou-se comum dizer, quando uma situação se complica, que “a coisa está ficando preta”. Também não concordo que os ambientes opressores precisem ser sempre os “sombrios”.
Os esforços para associar o preto com tudo o que não presta foi proposital. Para justificar a maldade que infligiriam sobre nações como bantus, etíopes e nagôs, os escravagistas precisaram demonizar as culturas africanas e, perversamente, jogar milênios de história na lata do lixo.
Eu, porém, amo a cor da pele de minha perola negra, tão linda quanto as pérolas e diamantes de nanquim; seus olhos me encantam como o ébano.
Pr. R.G faço minhas suas palavras.Tenho fortíssimas suspeitas de que o semita Jesus, foi quase tão escuro como meu Victor. Aliás, eu sempre intuí que Deus tingiu o universo de escuridão e coloriu de piche o véu das noites para que a humanidade reconhecesse que o breu a e eternidade também se combinam.
Agora sou uma avó de alma negra! Sinto-me honrada por ter um descendente que esbanja melanina.
Victor Hugo é minha querida perola negra.
Ganhei meu neto negro e fiz a festa com a sua chegada. O nascimento sacramentou a chegada do Victor Hugo, dando-me a bem aventurança de ser sua avó não só de fato, mas também de direito e isso me faz muito bem.
Entendo que, com seu meio ano de vida, o Victor Hugo ainda não me compreende, mas espero que seus pais, Guedes e Iohanna, guardem este texto para que um dia ele o leia como minha carta de amor.
Da mistura das raças veio Victor Hugo e outros descendentes desta família cheia de miscigenação. Do chão da África, Deus construiu um jardim e a partir dos seus ancestrais, as nações se formaram. Seus antiqüíssimos trisavôs garantiram a preservação de nossa espécie; sem a obstinada determinação dos negros de não sucumbirem à rapinagem e desprezo colonialista, não se sabe o que seria da humanidade.
A negritude de Victor Hugo e de seu pai Guedes é celebrada por mim. Infelizmente, a cor preta tem sido associada a coisas ruins. Ensinaram que os bandidos usam chapéu tinto; a ovelha que envergonha o rebanho é sempre a mourisca. Quando chegaram os pálidos missionários no Brasil, foi ensinado que o pecado tem a cor do escravo. Deve ser por isso que em português, "denegrir” é sempre usado para detratar. Tornou-se comum dizer, quando uma situação se complica, que “a coisa está ficando preta”. Também não concordo que os ambientes opressores precisem ser sempre os “sombrios”.
Os esforços para associar o preto com tudo o que não presta foi proposital. Para justificar a maldade que infligiriam sobre nações como bantus, etíopes e nagôs, os escravagistas precisaram demonizar as culturas africanas e, perversamente, jogar milênios de história na lata do lixo.
Eu, porém, amo a cor da pele de minha perola negra, tão linda quanto as pérolas e diamantes de nanquim; seus olhos me encantam como o ébano.
Pr. R.G faço minhas suas palavras.Tenho fortíssimas suspeitas de que o semita Jesus, foi quase tão escuro como meu Victor. Aliás, eu sempre intuí que Deus tingiu o universo de escuridão e coloriu de piche o véu das noites para que a humanidade reconhecesse que o breu a e eternidade também se combinam.
Agora sou uma avó de alma negra! Sinto-me honrada por ter um descendente que esbanja melanina.