Umas pitadinhas de alegria
Sabe, a gente podia deixar de querer ser grande por um tempo, a gente podia parar de se preocupar com um montão de coisas, que tudo ficaria um milhão de vezes melhor, por exemplo, você fica aí sofrendo e se martirizando por causa dos homens com quem se relaciona e nunca dão a devida bola para o seu coração, mas você não consegue abrir os olhos e ver que tem uma pessoa muito apaixonada por você, uma pessoa que faria qualquer coisa só para lhe agradar, sem exigir nada em troca. Se você esquecesse seus pensamentos “maduros” de uma pessoa adulta e abrisse o seu coração, iria descobrir novas belezas.
Já pensou em rasgar uma peça de roupa sua, qualquer uma, só para vesti-la na hora de dormir? Se você pensar que fazer isso é um absurdo, é porque já esqueceu como era ser criança e ter aqueles sentimentos tão puros. O som do rasgar do tecido do short ou da camisa é tão maravilhoso ao som dos ouvidos infantis, a força exercida na ação de rasgar é um alívio de nervos, é extravasar tudo o que está preso no coração e, além do mais, dormir com uma blusa ou calça rasgada é sensorialmente delicioso, já que o contato com a pele, das novas partes da roupa, aguça o tato para o diferente, é o início da sinestesia que só a infância pode nos proporcionar.
Que tal a gente brincar que as coisas do cotidiano são cenas de um filme? Que tal olhar o grampeador como uma nave espacial e sonhar fazendo sons de propulsão com a boca?
Todos nós podemos encontrar uma gotinha de felicidade em cada detalhe de nossa existência. Essa é a minha proposta para hoje e para o futuro. Abraços. Rafael.