Paira o completo silêncio desta noite
fria e sombria.
Pensamentos confusos me atormentam a
alma.
Não mais posso suportar esta existência
e agonizo entre a razão e a emoção.
Os desejos me lançan nos braços da mor-
te e o medo da vida me acovarda.
Não mais suplico em oração salvação, me
ajoelho num choro sentido e infeliz.
Meu corpo cansado se enverga diante da
loucura e em silêncio a obedece.
Minhas palavras oprimidas não mais tem
valia.
E se a morte não vem ao meu encontro,
irei em sua busca.
Não mais suporto esta dor existencial,
existir se torna complexo.
Ilusões mascaram a dor do íntimo,sonhos
são para os audaciosos.
A vida se tornou vazia e minha essência
é grãos de areia perdido no vento.
Vagarei pelo vale da morte, aceitarei o
julgamento por meus atos translocados.
Amanhã não mais estarei aqui acorrenta-
da ao mundo que se tornou enfadonho.
Peço tão somente que deixem meu nome na
igreja das almas.
Para que eu não pereça nas mãos cruéis
daqueles que me perseguem.
Neste momento ceifo meu laço carnal com
este mundo e me lanço no infinito do
universo.
Carregando em meu espirito a marca do
meu fracasso.
Não possuo o direito de interferir na
ordem natural da vida.
Os filosófos Rômulo e Thon ja diziam em
seus sermões sobre os graves problemas
do homem e sua alma imortal.
Mas me perdõe eu não mais me sinto dig-
na e capaz de viver num mundo sem amor.
Num mundo o qual jamais fiz parte por
que nunca me encaixei em sua dinamica.
E neste momento me entrego nos braços
da ilusão que a morte sera a salvação
da minha covardia.
-CAMOMILLA HASSAN-