O filósofo Chê Cidao Wagner de Justinopolis escreve a carta ao poeta

Epistola circular de Tchê ao Caetano -Da fraqueza e fragilidade de duvidar do ideal

O tempo è de plantio, a terra è árida. A palavra de ordem è árdua. Chorar a dor antes dos calos há de ser argumento dos mesquinhos e fraquinhos. A guerra já começou. Um soldado morre em batalha quando luta preocupado com o oponente. A filosofia do circulo è bem nítida – “ocupem-se os postos”. E quando è detectada a presença de inseticidas ou de outros agentes químicos de radiação ideológica, o movimento da marginalização tem que ter uma precisão cirúrgica, porque qualquer erro pode resultar em fracasso. A guerra è declarada a todo instante pelos bons costumes da pérfida sociedade. A barata è um ser inconveniente para qualquer tipo de sistema, portanto, deve ser eliminada sob qualquer circunstancia.

Estado de alerta: vermelho. A sobrevivência no campo de batalha exige uma razão claríssima do ideal. È preciso além da clareza da perspicácia. Juntar para espalhar. Não è cada um por e Deus por todos, a leitura è reinterpretarão num foco marginal: è si por todos. Uma espécie união circular na comunicação de baratas. Juntam se aqui e separam se ali…

A comunicação circular deve ser a compreensão em foco marginal. Estamos na era circular na comunicação de ondas. Era das antenas. E aí estão elas com suas asas esdrúxulas, pernas asquerosas e antenas cabulosas. Elas rastejam, voam e também comunicam. A era das baratas.

Loucos campos de batalha

Que sensata loucura nos faz posicionar em trincheiras travando guerra acirrada contra um inimigo visivelmente invisível que se tem certeza que existe, mas não se pode provar esta consciência para milhões de soldados comuns, porque todos eles estão vedados e imunes por ampolas de composto químico ideológico.

Realidade abstrata, inimigo concreto. Luta desigual em arena axiológica. À parte da frente do palco sob as luzes de ribalta è espetáculo de batalha em ogiva dissimulada que nunca è vista e nem compreendida pelas fileiras: massa de espectadores e portadores de um câncer social aparentemente incurável – moléstia detectada como “pensamento de rebanho”.

Estou louco ou sou louco? A questão não é mais ser ou não ser, haja vista que ambos são. Ser ou estar eis a antiga questão sob novo paradigma como diria Wagner o açougueiro: « … as vezes sendo igual e pensando diferente… » è uma louca guerra de essência marginal. Angustia necessária que reage em forca motriz alimentando geradores de potencial subversivo capaz de dotar de energia o tanque bélico munido de projeteis “neuroniatonizados”, reação em cadeia de pensamento anti-ideologia dominante.

Nietzsche não se diz homem, mas uma bomba e subo os degraus germânicos utilizando sapatos marginais. “sou homem, mas estou uma bomba-relógio programada para não ser programada. Há de se tomar toda precaução, porque todo cuidado ainda è pouco. A angustia de ocupar da impossibilidade traz a tona o soldado que para tal batalha há de uniformizar-se como louco tendo a certeza que se tecido de guerra è também tecido epitelial. Situação marginal è ação de localização – ocupação de território. Uma farsa verdadeira e não verdadeira farsa”.

O inimigo ultrapassa qualquer direção com sirene alerta acionada dissimulando o grau de chavão ideológico: “pare para pensar”. Defendendo-se teses de moral reflexiva facilmente ruminada pelo gado que em charco sustentam os currais sociais á espera mentecapta dos víveres já envenenados pela engendrosa máquina administrativa do Estado que a todo instante não para para pensar. Já não basta arrancar da boca da criança o pirulito, mas arrancar do pai a marmita.

Lucidez embriagada; soldados desabados em batalhas desarmados contra maquinas desalmadas. Desarma-se o oponente e desafia o para a luta. Qual sensatez se não a própria ocupação com a loucura para fazer mergulhar sem prantos em pântanos de luta desigual. Somente homens mentecaptos e aptos aos olhos como Erasmo de Roterda que mais nada fez do que elogiar a loucura. Há outra razão para elogiar se não aquela que è a mais infame. A “necessidade” sob aparência desta ladeira. O mundo è dos loucos, mas está em domínios errados sob mãos estrangeiras. Carece de travar guerra em campos infinitos de batalha vistos sob binóculos utópicos sob os olhares marginais de um angustiado e enfurecido soldado louco em busca do elo perdido. E se porventura essa sanguinária guerra de idéias permitir a metralhadora da poesia disparar seus cartuchos; è a bandeira erguida em campo de batalha do inimigo. È o anuncio que a vanguarda da revolução traz soldados que trocaram pólvora pelo pensamento, que o fuzil que manejamos è muito mais que um encaixe de fuselagem. Somos loucos engenheiros de guerra marginais dotados de compreensão milimétrica da razão com a clareza e que o limite da razão faz fronteiro com a loucura.

Escritos enviados por correio nos dias 9 de dezembro de 2003, 05de abril de 2004, 23 abril de 2004.

DESTES MARUJOS QUE TAMBEM SOU

Aonde vão esses loucos marujos que litoral nenhum é capaz de ancorá-las?

Homens sedentos de aventuras nascido para mares bravios tão quanto desconhecidos que chegam e partem com suas caravelas deixando rastros que também os carregam. E suas ancoras não fixam em nenhum coral e suas velas são arrastadas pelo vento da incerteza. E seus cérebros bombeiam filosofias em suas veias correndo aventuras para eles no coração trio em tramas de desventuras e desamores.

Nada a fazer para se libertarem desses incógnitos que arquitetam a felicidade em meio à tempestade da solidão!!

E quão deliciosas essas furiosas chuvas de ventos e relâmpagos que destrocam embarcações e abandonam aos relentos os tão surrados e maltrapilhados marujos.

E que tão louca aventura o atirar da vida para o incerto estendendo a mão par ao insano e o amor como reflexo no espelho dágua.

Contarão as angustias em rodas de alto mar e divertirão na dualidade em revelação promiscua da caridade abandonando os precipícios atirando em princípios criando conceitos no bem e no mal em querer a carne fiel ao pacto de ser. Quem são esses marujos? Homens de loucos pensamentos e lúcidas ações que vão livres de algemas e prisioneiros de suas idéias.

A única certeza que se tem è a de não saber se um dia tudo isto tem fim. Que graça tamanha quis os deuses do destino deixar esses homens a mercê de devaneios, a luxuria dos tempos e aos prazeres da alma.

Doces e belos marujos com seus corpos esculturados marcados a sol e chuva e desconcotrolados de paixões apreciadores de novos instantes e amantes do infinito.

Quem esses homens de « mentecaptos », prostitutos da escuridão e faturados com absinto sem direito a absoltos ?!

Para onde vão esses loucos homens que ao aceno da seda lança em mãos finas gozando com eloqüência de pensamentos e tributam aos deuses seus orgasmos mais jocosos .

Um dia para sempre quem sabe esses amados marujos desistam destas aventuras e rompam com seus pactos… por enquanto : adeus terra firme !!!

ORGASMO

Quis aquele corpo varonil moldado pela beleza pedir que despisse suas roupas e massageasse suas costas. Trocando gargalos de Dionísio e fumaças nicotizante viajaram para o astro natural do corpo. Não há quem resista meu amado a esse espetáculo indefinido. A fonação sacralizava o encontro com o meu convidado.

Quis que o tocasse em toda plenitude corporal exigindo a madrugada inteira até o despertar do dia… insaciável também, assim como eu.

O entregar se com voluptuosa liberdade em gemidos abocanhados por volumes prazerosos com divertimento luxuoso com o corpo, esse brinquedo amado.

E o predador não è vitima. Ele deseja-me bem antes de desejá-lo.

Que banquete para o meu ego, para a minha alma, para a minha carne.

Corpo de Eros conspirados ao solo alceando por anseio e consolo.

Qualquer instante para ocasião torna se eterno.

Permita-me amado o orgasmo mais natural da cria atrativa.

Predadores insaciáveis.

Entre fugir e voar

Fogo e calor

Polux e Castor

Tudo isto não se separam

Gemealidade marginal

Um è aquele que encontrando a porta aberta ousou voar

Outro è aquele que abrindo a porta da gaiola ousou confiar.

Nada mais saudável e agradável que o mundo lúdico

A vida possui matizes de brincadeira…

Um jogo frenético de se jogar

Roleta roda, roda O roda.

Ocupa-se em roda girando no circulo

Pedir para entrar e pedir para sair è o grande medo

O circulo não tem porta e nem janela

Chavões popular interpretado em focos marginais

Dizer que está voltando de onde nunca deveria ter fugido è escalabrosa mentira

com cara de verdade defeituosa.

Fugir è uma situação…

Voar è outra.

Foge quem está arredio

Voa quem tem asas

Passarinhos não fogem de gaiolas, apenas voam…

Na prisão de Noé ninguém podia fugir…

Mas apenas um passarinho voou e trouxe o sinal da renovação

Fugir è apenas esconder do medo do novo.

Voar è tão somente enfrentá-lo

O mundo marginal decreta a nova forma de pensar:

“Está voltando de onde sempre deveria ter voado”.

E está voltando com novos sinais – sinais sonoros.

A musicalidade recebe formato de mãos marginais abrindo tampas de bueiros

e ratos escapulindo em fuga e baratas ousando bater asas e asas esdrúxulas.

A algazarra está armada na maloca dos festeiros, mas que bom que o passarinho está voltando para enfrentar um novo vôo.

caetano trindade trindade
Enviado por caetano trindade trindade em 24/10/2008
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