A MINHA FILHA QUE FOI ROUBADA DE MIM.

Filha estou escrevendo esta carta para que,

talvez algum dia quem sabe você venha a ler.

Eu sei que é quase uma esperança perdida,

morta talvez, quem sabe um sonho no sepúlcro.

Mas como eu sempre vejo uma luz no fim do túnel,

quem sabe Deus tenha piedade da minha dor e um dia

eu volte a te reencontrar e te abraçar.

Já faz tanto tempo que você foi roubada de mim, minha

pequena Monique, mas parece que foi hoje.

Lembro me ainda da dor das primeiras horas intermináveis

dos primeiros dias, dos primeiros meses e anos.

Dias de escuridão sem fim, dormia em lágrimas vencida

pela dor e pelo cansaço.

Acordava pensando estar em um pesadelo, mas era real,

perdi sua infância, sua adolescência, enfim, perdi

meus dias de juventude a chorar, mas ainda estou aqui.

Muitos que me conhecem não sabem da minha história,

nem acreditariam, se eu contasse, ao me verem "bem" hoje.

Mau sabem eles que por traz dessa alegre e sorridente

personagen, tem um espaço vazio, que por mais feliz que eu esteja

ou tenha todos os meu sonhos realizados ele continuará lá.

Apreendi a conviver com a dor se é que se pode dizer assim,

por isso quando vejo na TV casos de roubo de crianças

como o meu, sei de suas dores e sei o que irão passar.

Minha finha tinha 3 anos e meio quando tudo aconteceu e o pior,

foi roubada pelo próprio pai, como em tantos casos,

inconformado com a nossa separação.

Mesmo tendo hoje outra filha linda e maravilhosa,

o teu espaço Monique continua vazio, e será assim

até o fim dos meus dias, nada, nem ninguém vai te substituir.

Vou parando por aqui porque cada vez que recordo de tudo

e muito triste para mim e hoje me nego a sofrer mais.

Para minha amada filha Monique.

Lúcia Garcia
Enviado por Lúcia Garcia em 24/10/2008
Reeditado em 25/04/2014
Código do texto: T1245105
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