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Torre dos Sonhos em 18/10/08 – 20h23min

Querida Chandinha,

Hoje é Sábado e chove muito, o dia é triste, a noite é apenas um rumor negro de ventos e chuva, entretanto, somente se ouve saudosamente uma sinfonia que vem das goteiras, compondo partituras nostálgicas ao som tiradas de latas velhas.

Paira no ar uma tristeza enlutada, e assim me invade uma saudade de ti que, às vezes dói e, às vezes é gostosa.

Sinto-me só dentro de um Sábado literalmente líquido e interminável, e que, para mais aumentar a minha desolação, anuncia que o amanhã será um Domingo, que também será tristonho sem a tua linda presença.

Ah, não vejo a hora de podermos gerenciar as nossas vidas, mesmo considerando os desvios que fizemos ou fomos submetidos, mesmo assim, eu acho que nos espera um clima de amor e de uma vivência gostosa.

Estou apostando nisso, às vezes perco a pouca paciência que tenho, pois gostaria que amanhã mesmo isso fosse resolvido.

Os dias se arrastam sempre iguais, dão-me até a impressão que estão me castigando, e que leva para longe junto com essa chuva, a possibilidade desejada de estar ao teu lado.

Penso até que estou vivendo num exílio, tudo é muito confuso e distante, pois só sinto saudades de ti e, para me torturar mais ainda, as dúvidas me invadem e a esperança parece querer fugir de mim.

Estou torcendo para que tu voltes para São Paulo, pois ao menos eu te vejo e conversamos, distante ainda, é claro, mas não totalmente ausente.

Beijos saudosos