Para a ilusão.

Cara Ilusão,

Tenho certo receio quanto ao início apropriado para esta carta. Temo em não te dizer tudo o que penso, ou parecer dócil demais.O que, convenhamos, não é lá muito a minha cara. Eu não entendo como você consegue alcançar um público tão vasto. Não direi diversificado, porque te vejo sendo protagonista das mesmas histórias, onde pessoas com a mesma estrutura de pensamento te deixam subir no palco e tomar a cena. No fim, são caras diferentes para histórias iguais. Hoje pela manhã engoli minha opinião sobre uma das suas cenas que, devo admitir, foi de um espetáculo sem tamanho.

Não entendo como pode parecer mais fácil te abraçar ao invés de se auto-abraçar. A escolha em te dar confiança deve ser por conta do medo ou coisa que o valha. O fato é que, a pessoa que hoje te abraçou mais forte - e já houveram tantos outros - me pediu que eu falasse o que tinha achado do abraço. Fiquei indecisa entre dizer tudo o que veio na minha mente, ou em ser sucinta e seca dizendo que não gosto de dar minha opinião a quem tem tendência a guardar ressentimentos vagos por conta de opiniões sinceras. Escolhi a última opção. Achei mais digna, sabe? A tal criatura meio que insistiu para que eu dissesse ao menos algo que pudesse valer como um posicionamento diante do exposto. Foi em vão.

Sinto que a tendência é você morar junto á minha conhecida, tomando-lhe todo o tempo, todos os poros, jogando potes de neblina na paisagem de cor viva que se faz todo dia. Vai ver seja até melhor assim. Vou deixar você fazer o se trabalho em paz,querida.

Dona Florecita
Enviado por Dona Florecita em 14/10/2008
Código do texto: T1228756
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