Há cores por aqui
A paixão é capaz de repercutir insanidade, e te deixar acobertada por relações que a loucura estabelece sem você esperar. E não tem sido ruim. Tantas coisas que jurei não fazer, estão sendo desfeitas em nosso “lance”.
Uso desse termo porque tenho apostado todas as fichas nesse mundo contraditório no qual estabelecemos nossas ligações. Você é diferente de tudo que desejei, de tudo que pedi com força e fé para que as boas energias conspirassem ao meu favor.
E que belo sopro o cosmo resolveu me dar. Precisei acordar, acordar literalmente para a vida que estava completamente debruçada aos meus pés, sobre pedidos de atenção.
Sua insistência, a maneira como você se dispõe a me entender, a revelar o introspectivo que há nesse mundo confuso, me encanta. Confiamos nas nossas perdições, no nosso particular de querer sempre o que não esperamos.
Não espero, nem quero muita coisa. Os acontecimentos tem tornado parte das boas surpresas, você, por exemplo, é a melhor delas.
Só hoje pude perceber o quanto a minha relutância ao amor tem sido mesquinha. Desperdicei, de fato, as mil maneiras que poderiam ter me renovado. Você sempre teve razão, a companhia constante quase sempre é desnecessária, quando temos essa sintonia capaz de nos ligar sem qualquer antídoto, miragem, bola de cristal. Só você pra entender os meus versos, e é isso que gera alteridade entre nós.
Que tipo de farsa há nas palavras, quando dois olhares são mais fixos do que a boca? Segurar em tuas mãos, ter a certeza do teu colo firme, do teu modo complacente de me querer bem, traz para minha vida o sorriso fácil, sem dependência, apenas desejos ao imediato, a este presente sem grandes aparatos, mas que tem paz, cheiro bom de querer mais.
Há quantos dias procurava, e sem muito esforço, você trouxe de volta pra mim.
Te dou os méritos, todos aqueles que me geram essa satisfação tão espontânea de poder dizer o quanto é bom compartilhar os meus dias.
A tua presença é o avesso do concreto, porque, nesse mundo de paixões onde se trazem a todo instante metáforas desnecessárias para explicar o que se sente, exponho, no meio desse abstrato, das ilusões precoces do qual criei na vida, o simples que tem me pertencido desde a sua chegada. As cores estão de volta nestas palavras, e se não for paixão, depois de tanto tempo, não consigo enxergar outra maneira de explicar.
E que o futuro fique sobre a incumbência de nos revelar suas transformações.