Não...!
Não penso em te ceder um pouco mais de meu tempo...
Me acostumei a tuas ações e reações por bons modos, me acomodei na ilusão do talvez, mas agora não mais.
Cansada de esperar, sepulto assim meu amor por ti...
meu amor que sempre julguei...
julguei imortal!
Procuro abrigo onde não haja lembranças, mas minha busca é tola e inútil.
Provei do amargo e de todo o dulçor de teus erros e acertos... mas mesmo que estando ainda embriagada ao teu mel, já não renunciarei à eternidade, você agora é apenas recordação.
Eu até poderia te jurar a espera de toda uma vida, mas não acredites... já não poderia abdicar vida aos meus dias.
Quero apenas está livre de teu fantasma. Te amo, mas agora isso já nem importa.
Sei que és apenas tu que me fazes sentir vida em meus pulsos... mas meu pulsar precisa reaprender a pulsar por uma razão própria.
Vou sangrar quando pensar em ti...
e pensando em ti, vou penar e morrer...
mas renasço para sofrer as mesmas intensas e infindáveis dores, que me fazem querer estar viva.
Viver sem querer-te... querer-te seria não viver!
Ponho um petisco dentro da jaula para seduzir e aprisionar meu amor... mas o amor é um animal arisco e esperto, e nunca cai em minhas armadilhas.
Um dia desses, ainda hei de prendê-lo lá... e aí sim, vou poder te encarar frente a frente e te olhar nos olhos sem medo algum. Espera só eu conseguir enganá-lo...!
Um pouco de tudo o que já te quis, me diz pra não renunciar-te... mas sei que é truque do bicho arisco que vive em mim.
Preciso te dizer adeus... e fingir que tenho pressa pra não me perder em teus olhos.
preciso!
Mas já nem é preciso dizer do que preciso... não quero o que preciso... não preciso querer.
Quero não querer-te... e impaciente olhar o relógio, quando o que queria era parar o tempo.
quero!
Quero não mais querer... quero ter o não-querer... quero esquecer o mais-que-querer.
Te peço que vá... mas more em mim.
Te imploro que desapareça... mas não me deixe uma manhã sem teu semblante.
Me pede pra te odiar... mas sabendo que te amo mais que a qualquer outro.
Não quero mais te olhar...
Te olhar dói...
quando não posso te tocar!
Te encontro em meio a tolices... e vejo o quanto é imprescindível ser tola para viver