Despedida.

Despeço-me de você, amante da minha lascívia, comparsa dos mais loucos desejos; de tão escondidos, explícitos. Emanam dos meus poros, salivam, escorrem por entre as minhas pernas... Desejos! Contidos e Esparramados. Que neste ínterim, torturados, escaparão-me pelos dedos ao encontro de alguma digital sua não apagada, ainda marcada no corpo meu.

Despeço-me de você, meu bem, que me acolheu, me serenou, me acariciou, me sobrevoou, me subiu, me sonhou, me eternizou, me endeusou, e depois me desceu, me infernizou, me queimou, me prostituiu, me comprou, me seduziu, me delimitou, me possuiu,me inundou, me esvaziou, me vazou, me comeu, me engoliu, me bebeu, me cuspiu, me odiou, me bateu, me transou, me amou e me chamou de SUA.

Mas, voltarei aos seus braços, antes que me esqueça dos nossos abraços.

Voltarei aos seus pés, antes que em outros passos trace o seu destino.

Voltarei ao seu colo, antes que dele outra faça celeiro.

Voltarei aos seus lábios, antes que o mel do nosso desejo cristalize em lembranças. SÓ lembranças.

Voltarei a si, porque em você sou, com você sou, e para você sou.

Esperarei, que a saudade é dor, mas a vida é pouco para nós.