É verdade, amigo...

Caro amigo,

Gasto linhas e mais linhas, em papéis perdidos pelo tempo, para dizer-te, sobre coisas, nunca meus pensamentos ousariam contar.

Não posso encarar e mostrar ainda mais fraquezas, nada além das que já conhece. Mas concordo, infelizmente, concordo. Não consigo arrancar-te de meus pensamentos, meu corpo e de minhas saudades.

Mas sabia amigo, isso é somente questão de tempo. A medida que o gostar passa a ser raiva, e há de passar, vou te esquecendo, a medida do possível.

Adianto, estamos a longos passos nesse processo, tua sinceridade me afasta, tua grosseria me consome, e meu gostar, e acima de tudo de mim mesma, faz parar e pensar, se alguma coisa disso vale a pena. E sinto dizer amigo, não vales mesmo a pena.

Tu és para mim, prezado amigo, algo parecido como anjo, o que não reflete de fato tua personalidade, talvez um mensageiro. Um professor, um guia, irônico, mas algo como um guia. Veio, passou tua mensagem e agora se vai.

Ensinou, sem qualquer cerimônia, da tua forma simplista e direta. Que nada vale realmente a pena nessa vida, se nunca tentarmos. Por mais perdido que pareça a batalha, ao menos perderemos com orgulho, quando recolhermos o que restar de nossas tropas, por ao menos, termos tentado.

E de fato amigo, é exatamente isso que faço. Recolho agora minhas tropas, o que resta dela. Passo recolhendo pelo campo de batalha pedaços do meu coração. Faço questão de declarar sua superioridade.

Entenda amigo, é necessário recolhimento, para entender o que foi feito e procurar sempre melhorar alguns enganos cometidos nessa estratégia. Para na próxima, claro que não mais contigo, em uma próxima batalha, entrar de fato de corpo e alma, e tentar, pelo menos mais uma vez, tentar fazer acontecer.

E assim, prezado, vamos tentando. Errando algumas ali, acertando outras aqui. Mas nunca mais, desistir no primeiro obstáculo, mas sempre com intuição, de saber quando parar. E agora, vou parar.

Vou ao menos, parar com você, amigo. Parar com aquilo, que somente eu, e minha ignorância de criança, chamo de nós. Afinal, "nós", nunca de fato existimos. Mas, apartir de hoje, parei por esperar que "nós" um dia venha existir.

Agradeço amigo, e espero que aquilo que acredita, um dia te recompense por tudo me mostrou, e não ter me deixado qualquer magoa, mas sim, ter me preparado para novos amanheceres e para o que tem de melhor por vir.

Obrigada Amigo.

Boa Sorte.