Aproxima-se o final do ano, mais um ano passou, sem que eu lhe veja ou saiba algo de você. Durante anos vi chegarem natais, feriados, e outros festejos, só...sem a sua presença.
       Estive em tantos lugares... levei você comigo a cada um deles... Bem ao meu lado, coxa à coxa, bem juntinho no meu carro. Fiz longos percursos conversando baixinho com você - sempre mudo -, melhor assim... Essa é a forma perfeita de você ouvir tudo, sem contestar.
       Quantas vezes no trânsito meus olhos famintos e ansiosos lhe buscavam, outras vezes, surgia num repente,  tão verdadeiro, tão forte  que  eu apertava a fronte, querendo lhe deletar - imagine... Deletar a quem eu mais  quero! 
       Se  eu não posso ter você, melhor não lhe ver. 
       Quanta coisa acontece em um momento, quantas coisas aconteceram, nesses  anos... Fatos marcantes, surpresas boas, porém, passageiras, muito passageiras. Mesmo assim, confesso: Nada é realmente satisfatório, sem a sua presença. 
       Por que será que o que nos faz feliz é sempre muito breve? E, ainda... Por que as coisas dolorosas permanecem? Estão sempre presentes, queiramos ou não! 
       Está tão perto, porém, o imenso amor que sinto por você, não é maior que o respeito e dignidade, que tenho por mim mesma. Não irei ao seu encontro!
       Se Deus é nesse amor,  colocará você a minha frente, no tempo e na hora Dele.
Já fiz a minha parte... Agora, cabe à Deus! 
Há coisas que o homem faz, e, há coisas que só Deus, pode fazer. Se Ele não fizer, se não mais nos encontrarmos, jamais estarei só! Estarás sempre comigo, afinal, ninguém morre de amor, vive-se por ele!

    

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Carta: Amor Único,  Recife, 06/10/08
     
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 06/10/2008
Reeditado em 04/03/2017
Código do texto: T1214342
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