Á minha prostituta vulgar.

Para uma prostituta vulgar.

Á você, com quem me deito todas as noites, com quem pude ter o prazer de ser pai, com quem descobri o prazer oral, anal e introdutório.

Deixo a ti, aqui em minhas linhas fórmicas minhas sinceras desculpas por tê-la usado, por ter desestruturado seu corpo, ter feito do seu escultural traseiro, da sua bela barriga um antro de corrupção do mal peso. Das estrias. dos lábios pintados. Dos seios caídos. Da maconha fumada para que os deuses nos abençoasse.

Agora enquanto enfermo percebo o quanto fui rude com você. O quanto fui mesquinho e ambicioso, o quanto pensei somente em mim. Quando pedi para largar nosso relacionamento e voltar para a vida, por que nossos filhos precisavam de comer e eu de beber, quando você precisava cheirar e eu fumar.

Fui estúpido quando a ví no cabaré arrodiada de homens tocando a sua vulva como eu tantas vezes o fiz, beijando seus seios que por diversas vezes eu ejaculei, o quanto eu fui podre ao seu lado, você era vulgar e eu a transformei na mais bela das mulheres, eu a dei pinturas, massagens, a fiz sorrir, e quando tudo estava mal, eu fiz tudo para parecer que estava bem. Por que eu não queria ver meus filhos e nem minha mulher(da noite)morrendo na miséria.

Eu queria somente ver todos vocês felizes, por isso matei o cara que a estrupou outro dia desses. Por isso esfaqueei um outro que lhe bateu por que você não soube chupar direito.

Esses caras que não sabem amar uma vagabunda vulgar não sabem o valor de uma boa trepada com uma mulher da noite de cara pintada. Eu sei.

Por isso, aqui nesa carta, enquanto morro, digo que você foi a vagabunda vulgar que eu tanto amei, mesmo passando-me HIV, mesmo as doenças, mesmo os filhos e toda a miséria, você sempre foi a mulher que amei. A que eu queria morrer ao lado, envelhecer e ter vários netos, mas um pedaço de mim foi-se.

E não importa aonde eu estiver ainda AMO_A

Deimien Deinch
Enviado por Deimien Deinch em 01/10/2008
Código do texto: T1206155