E o que era doce se acabou.

Sinceramente, depois de tudo, o que me restou foi essa vontade escrupulosa de te falar o quanto sinto pena de você, do seu lado racional, egocêntrico, insensível, mentiroso.

Agi por impulso, por uma carência imediata que me deixou insana, a ponto de querer partir sem volta para o teu abraço. Não queria dizer muita coisa, bastava te encontrar, olhar nos teus olhos a fim de ter a certeza de que nosso caso já era, mesmo querendo que ainda fosse.

Passei esses dias todos sufocada de saudade, engasgada com palavras que ainda me satisfaziam se fossem ditas. Esperei, tomei doses do que jurei não mais tomar, perdi a cabeça, me deixei levar, escancarei o choro, perdi o sono, a fome, e repeti por inúmeras vezes o teu nome, as tuas promessas tão mesquinhas que me faziam entender de forma bem clara que tu me amavas.

Amor? Que tipo de amor é este? Imaturidade. Da próxima vez meça as palavras antes de compor a frase. EU TE AMO não se deve dizer a toa, principalmente quando não consegue entender que os amores quando são reais merecem pelo menos uma chance.

Hoje deixei meu orgulho em casa embrulhado num papel de seda, ele merecia um bom tratamento por suspeitar que pudesse me fazer falta. Dessa forma fui ao teu encontro, desarmada, mas com um nó na garganta terrível. Confesso, criei o motivo, quando na verdade era simples, eu desejava te ver e não podia perder a vontade, o coração estava nas mãos.

Quanta frieza, e tudo que era bom se esvaiu naquele momento. Ao chegar em casa não pensei duas vezes e peguei de volta o meu orgulho, ferido, mas tateado por uma razão que agora não me cansa, apenas me dar forças, tenho todos os motivos para dizer: Eu quero paz, quero livrar-me da tua prodigiosa arte de ser quem verdadeiramente não é, quero apagar da memória toda e qualquer lembrança, fazer a barriga doer de tanto rir ao lembrar que retrocedi, e vivi apenas uma paixão fora de tempo, porque quero ver assim. Desculpe-me a modéstia, mas sou mulher demais para você.

Encontrei o solo de um conforto que agora não me permite adentrar nas lembranças que me incomodaram durante a semana. Deixei o composto, conciliei a razão e me segurei no tempo, um típico contrato pacifico, como diria a frase feita; “Nem ele me persegue, nem vou atrás dele. Um dia a gente se encontra.” No final, percebo que não perdi muita coisa, quanto a você, sem dispensar o cinismo, já não posso dizer o mesmo.

Good Lock.