UM GRANDE AMOR

Mais uma noite em que a chuva veio e como um ritual me arrastou para o quarto para que eu me enfurnasse em minha cama em busca de um flagelo imensurável.

A vida toda foi assim! Era só a chuva cair que eu desabava com ela numa tempestade de angustia sem fim. A cada relâmpago um flesh de solidão e de lembranças que me castigavam a alma e deixavam o meu corpo imóvel.

Toda essa água em forma de lágrimas me fazia buscar no pensamento as fotografias que a vida entrincheirava na memória e as deixavam ali como um soldado que te olha nos olhos esperando o momento certo para lhe retirar o sopro da vida.

Ontem eu me recolhi a minha cama, mas desta vez foi diferente. Quando eu me preparava para um sofrido martírio junto ao meu álbum de dor, me surge mais que de repente uma fotografia inusitada, “VOCÊ”, me olhando com esse brilho de felicidade e esse sorriso de menina levada que só você tem.

Por Deus! Eu não esperava por isso.

Você me mostrando toda felicidade, brincando e dançando em minha volta e me perguntando, “Tu me ama? Quer casar comigo?”

Não é difícil explicar o que aconteceu depois de tudo isso. Eu abri os olhos e me peguei sorrindo como uma criança.

Que chova todas as noites! Pois eu tenho UM GRANDE AMOR! O amor que um dia será minha mulher e dividirá comigo a mesma cama, pra quando a chuva cair à noite eu poder abraçá-la, beijar o seu rosto, esquecer meus temores e agradecer a Deus por tê-la comigo.

Rogério Nolêto
Enviado por Rogério Nolêto em 16/09/2008
Reeditado em 17/09/2008
Código do texto: T1181058
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